Neste vídeo , Dr. Thiago Bueno, oncologista clínico do A. C. Camargo Cancer Center, comenta sobre os dados do estudo CANTABRICO.
Os dados, que foram apresentados no Congresso ESMO 2022, sustentam os resultados obtidos no estudo CASPIAN em coorte de mundo real. Bons resultados de eficácia e segurança fortalecem a adição de durvalumabe ao tratamento padrão com platina-etoposídeo. Confira o vídeo e acompanhe as considerações do especialista acerca deste estudo!
O câncer de pulmão de pequenas células (CPPC), ainda que não seja o tumor mais incidente dentre os tumores de pulmão (10-15%), compreende uma doença altamente agressiva. Grande parte dos tumores diagnosticados enquanto CPPC tendem a ser em estágios extensivo, com um prognóstico ruim, baixas taxas de sobrevida global em um contexto terapêutico que pouco evoluiu ao longo dos últimos anos até o início das aprovações pelo FDA de imunoterápicos nesse tipo tumoral.
Por décadas o tratamento padrão em CPPC estágio extensivo compreendeu a quimioterapia à base de platina associado ao etoposídeo. Dada à alta imunogenicidade desse tipo tumoral, o bloqueio de checkpoints imunes ofereceu novas possibilidades de terapia. Dentre eles o estudo CASPIAN demonstrou que o uso de durvalumabe (D: anti-PD-L1) em associação com platina + etoposídeo (EP) em 1ª linha, oferece melhor sobrevida global (SG), que o tratamento padrão.
Nesse sentido, o estudo clínico de fase IIIB, CANTABRICO avalia a segurança e eficácia de D (1500mg) + EP a cada 3 semanas por 4-6 ciclos seguidos de manutenção com D a cada 4 semanas até progressão ou toxicidade em coorte real-world. 101 pacientes foram incluídos no estudo, de modo que todos já haviam concluído os ciclos de quimioterapia e 25 seguiam em manutenção com durvalumabe. A coorte compreendeu 98% de fumantes (ex-fumantes ou ainda fumantes).
Mediante avaliação de eficácia, a taxa de resposta objetiva foi de 51,5% (95%CI: 41,8-61,2) e a taxa de benefício clínico de 85,2% (95%CI: 78,3-92,1). A sobrevida livre de progressão (SLP) em 6 meses foi de 50,2% (40,4-60%) e vale ressaltar que pacientes que realizaram mais de 4 ciclos apresentaram maior mediana de SLP (6,9 vs.5,4 meses; p=0,010). Com relação à toxicidade, apenas 5 pacientes descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos, sendo que todos ocorreram durante a fase D+EP. Anemia e neutropenia foram as toxicidades G3 ou superior mais incidentes
Os resultados do CANTABRICO, tanto de eficácia quanto de segurança, em coorte real-world, são consistentes com o do estudo CASPIAN, fortalecendo o esquema durvalumabe + platina-etoposídeo como 1ª linha de tratamento em CPPC estágio extensivo.
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