Biópsia líquida: nova metodologia permite a detecção de resistência a tratamento antitumoral com até três meses de antecedência - Oncologia Brasil

Biópsia líquida: nova metodologia permite a detecção de resistência a tratamento antitumoral com até três meses de antecedência

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A pesquisadora do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês e coordenadora do Centro de Oncologia Molecular, Anamaria Aranha Camargo, abordou o tema das biópsias líquidas em sua aula apresentada no Precision Oncology Review 2019. “As biópsias líquidas têm uma grande aplicabilidade na prática clínica, principalmente aquelas baseadas na detecção de DNA tumoral circulante”, disse.

Ela destacou ainda a aplicação das biópsias líquidas em diversas etapas da prática clínica, como o screening de tumores e a definição de prognóstico e conduta terapêutica. “O que eu realmente acredito que seja uma aplicação imediata das biópsias líquidas é o seu uso para o monitoramento da resistência adquirida a algumas terapias-alvo”, afirma Camargo.

A aplicação das biópsias líquidas no contexto do monitoramento de resistência adquirida já foi aprovada pela FDA, com aplicações para câncer de pulmão e colorretal metastático, com o propósito de reprogramar tratamento dos pacientes.

Anamaria ressalta que a biópsia líquida tem se mostrado bastante sensível e específica para o rápido diagnóstico do desenvolvimento da resistência e, com isso, antecipar a progressão clínica da doença, garantindo a capacidade de detecção da resistência com uma antecedência média de dois a três meses.

“Isso tem um valor enorme, já que esse é um tempo precioso, que permite uma reprogramação do tratamento. Isso é realmente uma grande aplicação das biópsias líquidas, que certamente ganhará um grande valor nos próximos anos para a definição do tratamento”, disse ela, ressaltando a importância da continuidade dos estudos em centros independentes para estabelecer a validade do método na prática clínica.

Por fim, ela lembrou que a biópsia líquida é uma ferramenta complementar para a prática oncológica, que não deve substituir a biópsia tradicional ou os exames de imagem. Foram estes os principais tópicos discutidos por Anamaria Camargo na Precision Oncology Review 2019, encontro que trata dos principais e mais atuais temas em Oncologia de Precisão, que ocorreu no dia 03 de agosto, em São Paulo (SP). O evento tem a organização educacional da Oncologia Brasil, com o apoio educacional da Dasa – GeneOne, Roche e Bayer.

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