O tratamento dos tumores de esôfago localmente avançados permanece baseado na quimiorradioterapia, seguido de cirurgia, se esta última for factível.
Um estudo fase 1/2 publicado no JAMA Oncology procurou avaliar a segurança de estratégia de otimização da radioterapia nestes pacientes. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de carcinoma escamoso ou adenocarcinoma de esôfago localmente avançados, irresecáveis ou não candidatos à cirurgia. Os pacientes foram submetidos a boost simultâneo de radioterapia (50,4 Gy em áreas subclínicas de risco e 63 Gy no tumor e linfonodos envolvidos, em 28 frações) concomitante a docetaxel e fluoropirimidina.
Dos 46 pacientes incluídos, 24% foi submetido à cirurgia após o tratamento de quimiorradioterapia. Não houve eventos adversos graus 4 e 5. Os eventos adversos grau 3 ocorreram em 13 pacientes, e foram: esofagite, disfagia, anorexia, além de estenose esofágica – não houve toxicidades cardiovasculares tardias.
Recorrências locais ocorreram em 22% dos pacientes em 6 meses, 30% em 1 ano e 33% em 2 anos. Uma análise exploratória comparando com pacientes com uma coorte de 97 pacientes tratados com quimiorradioterapia convencional (50,4 Gy) mostrou redução de recorrência local com a técnica que incluiu boost (HR 0,49; IC 95% 0,26-0,92; p= 0,03). Este benefício pareceu ser mais significativo nos pacientes com adenocarcinoma.
A sobrevida global mediana da população do estudo foi de 21,5 meses. Na análise comparativa com outra coorte tratada de forma tradicional, também pareceu haver maior benefício no grupo submetido a boost (HR 0,66; IC 95% 0,47-0,94; p= 0,02).
Esta estratégia de tratamento é promissora, especialmente por não haver toxicidades graves e parecer apresentar desfechos melhores que a forma tradicional. Ressalta-se, entretanto, que o desfecho primário foi toxicidade.
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