Tislelizumabe associado à quimioterapia em primeira linha no tratamento de carcinoma de células escamosas de esôfago oferece ganho de sobrevida global - Oncologia Brasil

Tislelizumabe associado à quimioterapia em primeira linha no tratamento de carcinoma de células escamosas de esôfago oferece ganho de sobrevida global

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A inserção do anti-PD-L1 ao regime terapêutico prolonga significativamente a sobrevida global de pacientes avançado ou metastático em perfil de segurança tolerável e manejável em relação à primeira linha padrão

 

 Ranqueado como o 7° tipo tumoral mais comum mundialmente e a 6ª causa de morte devido à doença, o câncer de esôfago apresenta-se, em 85% dos casos, como Carcinoma de Células Escamosas (CEC) e são frequentemente diagnosticados em estadiamento avançado ou metastático. Atualmente, a opção em 1ª linha de tratamento para esses casos é o doublet de fluoropirimidina e quimioterapia à base de platina que, no entanto, oferece prognóstico abaixo do desejado, com mediana de sobrevida global (SG) de 12 meses. Visando a melhora de prognósticos e desfechos clínicos, o bloqueio com inibidores de checkpoints imunes tem se tornado uma alternativa promissora para o contexto de carcinoma de células escamosas de esôfago avançado/metastático. 

Baseando-se nos resultados anteriores favoráveis à atividade antitumoral do Tislelizumabe (anti-PD-L1), o estudo clínico de fase III, RATIONALE-306, avalia o esquema terapêutico de Tislelizumabe+Quimioterapia vs. Placebo+Quimioterapia em primeira linha no tratamento de coorte de pacientes supracitada. Foram incluídos e randomizados 649 pacientes (Tislelizumabe = 326 e Placebo = 323) em uma mediana de follow-up de 16,3 meses (Intervalo interquartil IQR: 8,6–21,8) vs. 9,8 meses (5,8-19,0), respectivamente e taxa de óbito de 60% vs. 70%. 

O endpoint primário de eficácia foi a SG, cuja apresentou mediana de 17,2 meses (95% CI: 15,8–20,1) em Tislelizumabe e 10,6 meses no grupo placebo (9,3–12,1), de modo a se obter um hazard ratio estratificado de 0,66 (95% CI: 0,54–0,80; p<0,0001). Com relação à segurança, foram reportados eventos adversos em 97% e 96% da coorte, respectivamente e as toxicidades G3-G4 relacionadas ao tratamento mais comuns foram neutropenia, leucopenia e anemia. O relato de óbitos atribuídos ao tratamento foi de 6 pacientes no grupo Tislelizumabe e 4 no grupo controle. 

Os resultados da primeira análise do estudo RATIONALE-306 confirmam e sustentam a atividade antitumoral do Tislelizumabe, que prolongou a sobrevida global em perfil de segurança e tolerabilidade dentro do esperado e manejável. Assim, esse fármaco em comparação à atual primeira linha padrão apresenta, até o momento, ganho de benefícios clínicos aos pacientes com carcinoma de células escamosas de esôfago avançado/metastático. 

  

Referência:  

  1. Gao TT, Shan JH, Yang YX, et al. Comparative efficacy and safety of immunotherapy for patients with advanced or metastatic esophageal squamous cell carcinoma: a systematic review and network Meta-analysis. BMC Cancer. 2022  
  2. Xu J, Kato K, Raymond E, et al. Tislelizumab plus chemotherapy versus placebo plus chemotherapy as first-line treatment for advanced or metastatic oesophageal squamous cell carcinoma (RATIONALE-306): a global, randomised, placebo-controlled, phase 3 study. Lancet Oncol. 2023