Câncer de ovário resistente à platina: cenário para combinação iPARP + antiangiogênico
O oncologista clínico e investigador clínico do Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO) e do PRONUTRIR de Fortaleza, Dr. Eduardo Cronemberger, em sua participação no ESMO Congress 2019, tratou da sessão de discussões que acompanhou no congresso, a respeito de tumores ginecológicos, com destaque para o estudo BAROCCO.
Focado em pacientes com câncer de ovário resistente a quimioterapia baseada em platina, o estudo italiano abrangeu pacientes com e sem mutação no gene BRCA1, testando a eficácia de duas rotinas de administração da associação entre cediranibe e olaparibe (contínua ou com intervalo de 2 dias sem administração do cediranibe) comparadas ao braço controle tratado com paclitaxel.
“O estudo de fase II lança uma ideia interessante, que é a retirada da quimioterapia do tratamento padrão dessas pacientes, com utilização de um inibidor de PARP e um antiangiogênico, ambos demonstradamente benéficos para o cenário de doenças sensíveis a platina”, disse Cronemberger.
O braço que recebeu a associação de cediranibe e olaparibe em administração contínua atingiu uma sobrevida livre de progressão cerca de 2,6 meses superior à do braço tratado com paclitaxel.
“Apesar de serem benefícios pequenos, vale destacar alguns pontos sobre esses resultados, como o fato de que muitas das pacientes do estudo possuíam o BRCA1 livre de mutações, e este foi exatamente o grupo mais beneficiado pelo tratamento. Outro grupo que se beneficiou um pouco mais foi o que havia sido submetido a até duas linhas de tratamento, comparadas ao grupo que já havia passado por mais de três linhas.”, afirmou o oncologista.
O perfil de toxicidade do estudo também foi positivo em relação a estudos anteriores que administravam doses maiores de cediranibe, com ocorrência de náusea e diarreia de grau 3 em apenas 5% das pacientes, comparados a 25% de estudos anteriores.
O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.
