Com aprovação da CMED, larotrectinibe já é uma realidade no tratamento do câncer com fusão TRK - Oncologia Brasil

Com aprovação da CMED, larotrectinibe já é uma realidade no tratamento do câncer com fusão TRK

Aprovado em julho, larotrectinibe (Vitrakvi ®, Bayer), avança para incorporação na prática.
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Após aprovação pela Anvisa em 01 de julho deste ano, o inibidor de TRK (tropomyosin receptor kinase) larotrectinibe (Vitrakvi®, Bayer), dá mais um passo para incorporação na prática oncológica. A Câmara de Regulamentação de Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial com Secretaria-Executiva exercida pela Anvisa, aprovou o preço máximo ao consumidor na apresentação cápsulas DE 25mg e 100mg além de solução de 20mg/ml, sendo o primeiro medicamento aprovado para comercialização no Brasil com o conceito de tratamento tumor-agnóstico, baseado em alteração genômica.

Larotrectinibe (Vitrakvi®, Bayer), é um inibidor seletivo de TRK para o tratamento de câncer com fusão TRK independente da idade do paciente e tipo de tumor e está Indicado para o tratamento de tumores sólidos localmente avançados ou metastáticos que tenham fusão do gene NTRK em pacientes adultos e pediátricos. Nos estudos clínicos que embasaram a aprovação e recentemente atualizados na ESMO 2019, larotrectinibe demostrou uma taxa de resposta de 79%, incluindo 16% de respostas completas, 28,3 meses de SLP, mediana de duração de resposta de 35,2 meses e uma sobrevida global de 44.4 meses. O perfil de segurança é muito favorável com 93% dos eventos adversos de grau 1 e 2, sendo os principais: náusea, fadiga, tontura, anemia e aumento de enzimas hepáticas.

Indicação tumor-agnóstica significa que o tumor é classificado e tratado de acordo com uma característica molecular específica e não pelo sítio-anatômico de origem ou de sua histologia. O Brasil é o segundo país do mundo a aprovar esse tratamento, nos EUA a aprovação aconteceu em novembro de 2018.

A aprovação de larotrectinibe representa um novo capítulo na medicina de precisão e na oncologia brasileira, especialmente para pacientes adultos e pediátricos com tumores sólidos com fusão do gene NTRK em que as opções de tratamento ainda são limitadas.

O câncer com fusão TRK é resultado de uma fusão anormal de dois genes, um deles NTRK e outro não relacionado, que leva a criação de uma proteína de fusão TRK. As proteínas de fusão TRK são conhecidas por causar o crescimento celular e sobrevida em múltiplos tipos de tumores e são consideradas drivers tumorais (principais gatilhos para surgimento, crescimento e sobrevida do tumor). A doença é considerada rara, mas com ocorrência em diversos tipos de tumores como, fibrossarcoma infantil, pulmão, colorretal, tireoide e sarcomas, entre outros, sendo até o momento descrito em mais de 20 tipos de tumores.

Bloquear os gatilhos da doença é um marco, pois cria uma mudança de paradigma no tratamento do câncer, com resultados importantes no controle de doença, redução do tamanho do tumor e aumento da sobrevida do paciente.

A aprovação de larotrectinibe permite que pacientes portadores de câncer com fusão TRK disponham de uma opção terapêutica específica evitando perda de valioso tempo e tratamentos sem sucesso.

Saiba mais sobre Larotrectinobe em vídeo recente durante a ESMO 2019.

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