Os pacientes com câncer colorretal metastático com mutação em BRAF V600E apresentam pior prognóstico; a sobrevida global (SG) mediana nessa população não ultrapassa seis meses após falha ao tratamento inicial. A mutação BRAF está presente em até 15% dos pacientes com câncer colorretal e sua BRAF isoladamente se mostrou pouco efetiva devido à reativação da sinalização intracelular tumoral através de vias alternativas como a do EGFR.
Nesse contexto, o estudo open-label, de fase 3, BEACON, recentemente publicado no NEJM, avaliou a eficácia do regime tríplice (encorafenibe, binimetinibe e cetuximabe) comparado à terapia dupla (encorafenibe e cetuximabe) e ao grupo controle, tratado segundo a escolha do investigador (cetuximabe e irinotecano ou cetuximabe e FOLFIRI).
Foram recrutados 665 pacientes com câncer colorretal metastático que progrediram a uma ou mais linhas terapêuticas prévias. Os endpoints co-primários foram superiores em comparação ao grupo controle. O esquema triplo demonstrou benefício expressivo em sobrevida global 9 meses vs. 5,4 meses, uma redução de 48% no risco de morte e em taxa de resposta objetiva 26% vs. 2%.
A combinação tripla geralmente foi bem tolerada e sem toxidades inesperadas. Eventos adversos de grau 3 ou superior foram semelhantes nos três braços: 58% no grupo de terapia tripla, 50% no grupo de terapia com dupla e em 61% no grupo de controle. O estudo indica que a associação de encorafenibe, binimetinibe e cetuximabe é uma terapia promissora para o tratamento de pacientes com câncer colorretal metastático com mutação do BRAF.
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