Daratumumabe no tratamento de pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante - Oncologia Brasil

Daratumumabe no tratamento de pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante

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Neste vídeo, Dr. Shaji Kumar, consultor na Divisão de Hematologia da Mayo Clinic e professor de Medicina na Faculdade de Medicina da Mayo Clinic, comenta sobre as atualizações do estudo MAIA e sua análise de subgrupos. 

A análise de longo prazo do trabalho confirma o benefício da combinação de daratumumabe, lenalidomida e dexametasona em subgrupos importantes de pacientes com mieloma múltiplo. 

 

Daratumumabe é um anticorpo monoclonal IgGκ anti-CD38, aprovado para uso no tratamento do mieloma múltiplo, e que apresenta ações tanto antitumorais quanto imunorreguladoras.  

O estudo MAIA, fase 3, open-label e randomizado, comparou a eficácia da combinação de daratumumabe, lenalidomida e dexametasona (D-Rd) em relação ao tratamento com apenas lenalidomida e dexametasona (Rd), em pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo não elegíveis ao transplante autólogo de células tronco.  

Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos nos grupos D-Rd ou apenas Rd, e receberam o tratamento até que houvesse progressão da doença ou toxicidade inaceitável. O desfecho primário avaliado foi a sobrevida livre de progressão e os desfechos secundários principais foram a taxa de negatividade à doença residual mínima, taxa geral de resposta, sobrevida global e segurança. 

Após um tempo de acompanhamento médio de 64.5 meses, foi observada uma maior taxa de sobrevida livre de progressão em pacientes do grupo que recebeu daratumumabe em relação ao grupo que não recebeu o medicamento (mediana de 61.9 meses x 34.4 meses; HR 0,55; IC95% 0,53-0,83, P=0,0003). Com um acompanhamento mais longo, D-Rd melhorou significativamente a sobrevida geral versus Rd (mediana não atingida x 64.1 meses; HR, 0,65; 95% CI, 0,52-0,80; P<0,001). Além disso, a resposta geral e negatividade à doença residual mínima foram melhores no grupo que recebeu a combinação com daratumumabe. Os efeitos adversos grau 3/4 mais comuns foram neutropenia, anemia, pneumonia e linfopenia.  

Adicionalmente, foi feita uma análise de subgrupos clinicamente importantes, como pacientes com 75 anos ou mais, doença em estágio III, insuficiência renal, plasmocitomas extramedulares e alto risco citogenético. Assim como na análise geral, a análise de subgrupos mostrou que a adição do daratumumabe ao tratamento com lenalidomida e dexametasona melhorou as taxas de sobrevida livre de progressão, taxa geral de resposta e negatividade à doença residual mínima através dos subgrupos. 

Os resultados das duas análises apoiam o uso da combinação daratumumabe, lenalidomida e dexametasona no tratamento de todos os tipos de pacientes, destacando a combinação como cuidado padrão de pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante autólogo de células tronco.  

 

Referências:  

  • 4559 Daratumumab Plus Lenalidomide and Dexamethasone (D-Rd) Versus Lenalidomide and Dexamethasone (Rd) Alone in Transplant-Ineligible Patients with Newly Diagnosed Multiple Myeloma (NDMM): Updated Analysis of the Phase 3 Maia Study https://ash.confex.com/ash/2022/webprogram/Paper163335.html 
  • 3245 Daratumumab Plus Lenalidomide and Dexamethasone (D-Rd) Versus Lenalidomide and Dexamethasone (Rd) in Transplant-Ineligible Patients (Pts) with Newly Diagnosed Multiple Myeloma (NDMM): Clinical Assessment of Key Subgroups of the Phase 3 Maia Study https://ash.confex.com/ash/2022/webprogram/Paper163494.html 

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