Após análise interina, os resultados recentes de cemiplimabe comparado à quimioterapia continuam a demonstrar melhor sobrevida global e redução do risco de morte
Pacientes diagnosticados com câncer cervical recorrente ou metastáticos são tratados, comumente, com quimioterapia à base de platina associada ou não ao bevacizumabe (antiangiogênico). Ainda que a associação com o antiangiogênico tenha melhorado a sobrevida global dessas pacientes, ainda permanecem altas as taxas de progressão após a primeira linha contendo quimioterapia em um cenário com abordagens terapêuticas limitadas. O avanço da imunoterapia e sua ampliação na prática clínica conferiu destaque ao cemiplimabe (anti-PD-1) no tratamento desses tumores recorrentes ou metastáticos (R/M).
O estudo clínico de fase III EMPOWER-Cervical 1 aberto e multicêntrico tem sua coorte de pacientes diagnosticados com câncer cervical R/M randomizados 1:1 em um braço tratado com cemiplimabe (350mg Q3W) e outro com quimioterapia single-agent por 96 semanas. Em sua análise interina da sobrevida global (SG), demonstrou uma boa eficácia e bom perfil de segurança do imunoterápico em detrimento da quimioterapia.
Após um ano do follow-up os investigadores apresentam na ESMO 2022 os resultados das análises de sobrevida a longo prazo. A randomização foi estratificada conforme histologia (carcinoma de células escamosas carcinoma adenoescamoso, SCC e AC, respectivamente) e o endpoint primário foi a SG, analisada hierarquicamente em SCC (n=477) e população total (n=608). A sobrevida em AC e expressão de PD-L1 no tumor também foram analisadas, porém, de modo exploratório, levando o foco do estudo para duas populações descritas acima no endpoint primário.
A mediana de follow-up nessa análise foi de 30,2 meses (18,0-50,2). O cemiplimabe aumentou significativamente a SG das pacientes, com mediana de 10,9 vs. 8,8 e 11,7 vs. 8,5 nas coortes de SCC e total, respectivamente. Avaliando o hazard ratio o imunoterápico diminuiu o risco de morte em 31% e 34% nas coortes. Com relação à AC a sobrevida global também foi aumentada pelo cemiplimabe com 45%.
Melhora na sobrevida global, após 5 anos desde o início do EMPOWER-Cervical 1, continua a fortalecer o cemiplimabe em 2ª linha para o tratamento de câncer cervical recorrente ou metastático.
Referências:
1. Krishnansu S Tewari et al. Survival with Cemiplimab in Recurrent Cervical Cancer. N Engl J Med. 2022.
2. Ana Oaknin et al. Phase III EMPOWER-Cervical 1/GOG-3016/ENGOT-cx9 trial of cemiplimab in recurrent or metastatic (R/M) cervical cancer: Long-term survival analysis. ESMO 2022
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.