Thais Guerra Scarpelli, enfermeira navegadora do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) e membro titular ABRENFOH, e Poliana Rodrigues Silva, enfermeira oncológica do Hospital Blanc (RS), enfermeira palestrante do workshop do Educare e do Circle Positive Education, discutem sobre vigilância ativa e diagnóstico precoce do câncer de pulmão no primeiro webinar do Programa Educacional “Enfermagem em Foco: Navegando na Jornada do Câncer de Pulmão”.
O câncer de pulmão, desde 1985, é o tumor que mais mata no mundo. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), serão 30.200 casos novos em 2020 no Brasil, sendo 17.760 homens e 12.440 mulheres. E, por isso, comenta Thais, o diagnóstico precoce – tema bastante explorado para outros tipos de câncer como mama, intestino, próstata e colo do útero – também é fundamental nesse caso.
No início de sua apresentação, Poliana aborda os fatores de risco, sinais e sintomas da doença. Alguns tumores de pulmão, segundo ela, podem causar sintomas muito específicos descritos como síndromes: de Horner, da veia cava superior e paraneoplásicas. Além disso, mesmo sendo proibido no Brasil, o cigarro eletrônico é um potencial fator de risco. As pessoas acreditam erroneamente que é menos lesivo ao organismo, mas existem muitas substâncias misturadas em sua composição.
Em seguida, a enfermeira fala sobre as recomendações de rastreamento, publicadas em 2019 pela American Cancer Society. Em indivíduos do grupo de risco (fumantes e ex-fumantes), a realização de exames de imagem anuais como tomografias computadorizadas de baixa dose antes do início dos sintomas diminui o risco de morte por câncer de pulmão.
As intervenções dos profissionais de enfermagem, nesse contexto, são várias: promover a cessação do tabagismo; orientar sobre a adoção de uma alimentação saudável; orientar para que se evite o contato direto e de longo prazo com a fumaça do cigarro; e conscientizar quanto à importância da realização de atividades físicas.
Na sequência, Thais continua a conversa dando ênfase na importância da visão ampliada da atuação dos profissionais de enfermagem dentro da jornada do paciente. Ela mostra sua importância dentro do processo diagnóstico do câncer de pulmão não-pequenas células, desde a avaliação clínica, exames de imagem, biópsia, estadiamento, avaliação molecular e opção terapêutica.
O enfermeiro navegador nesse processo, explica, tem por objetivo: identificar e eliminar as barreiras institucional, biopsicossocial, logística e de comunicação; facilitar acesso ao diagnóstico; e fornecer educação em saúde a fim de customizar o cuidado. Os benefícios desse papel são redução de custos e das taxas de morbimortalidade, menor tempo para diagnóstico e para início do tratamento adequado, além de fornecer informações para suporte na tomada de decisões.
Ao final, as duas profissionais concordam que garantir a interdisciplinaridade é a melhor maneira de dar suporte aos pacientes em todas as suas etapas da sua jornada.
Saiba mais:
https://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios
GONÇALVES, Huli Tibúrcio Santos dos. Atuação do Enfermeiro nos Cuidados. Paliativos ao Paciente Oncológico Pulmonar: 2019. 39 folhas
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