Os desfechos da Coorte K do estudo EV-103 demonstraram que a combinação de enfortumabe vedotina e pembrolizumabe mostrou alta taxa de resposta objetiva com respostas rápidas em pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático inelegíveis para cisplatina 1L, além de ter o perfil de segurança tolerável
O ensaio clínico intervencionista EV-103 é um estudo que desde 2017 vem examinando a segurança e a atividade anticancerígena do enfortumabe vedotina administrado por via intravenosa como monoterapia e em combinação com outras terapias anticâncer como tratamento de primeira linha (1L) e segunda linha (2L) para pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático (la/mUC). O objetivo principal do estudo é determinar a segurança, tolerabilidade e eficácia do enfortumabe vedotina (EV) sozinho e em combinação com pembrolizumabe (P) e/ou quimioterapia. O estudo foi divido em oito coortes, onde cada uma seguia um determinado esquema de tratamento.
Durante o Congresso ESMO 2022, Rosenberg apresentou os desfechos da Coorte K do EV-103. Os desfechos das coortes realizadas anteriormente no EV-103 mostraram que EV e P administrados independentes tiveram um benefício de sobrevida global (SG) em la/mUC previamente tratados. Estudos pré-clínicos de EV mostraram características de morte de células imunes potencialmente aumentadas por inibidores de PD-1/PD-L1. Esses resultados formaram a justificativa para esta coorte randomizada K. Esse braço do estudo contou a participação de pacientes com la/mUC inelegível para quimioterapia à base de cisplatina, sem tratamento sistêmico prévio para doença localmente avançada ou metastática. Nenhuma terapia à base de platina adjuvante/neoadjuvante nos 12 meses anteriores à randomização.
Os 149 pacientes da Coorte K foram randomizados 1:1 para receber EV (1,25 mg/kg) como monoterapia nos dias 1 e 8 (EV n = 73) ou EV (1,25 mg/kg) em combinação com P (200 mg) no dia 1 de ciclos de 3 semanas (EV+P n= 76). O desfecho primário foi confirmar a taxa de resposta objetiva (ORR) por RECIST v1.1 e por BICR. Os desfechos secundários incluíram duração da resposta (DOR) e segurança (eventos adversos relacionados ao tratamento, TRAEs). Não houve comparações estatísticas formais entre os braços de tratamento.
Os resultados apresentados são referentes a data de corte 10 de junho de 2022. Em resumo, a ORR confirmado para EV+P foi 64,5% (IC95% 52,7 – 75,1), DOR mediano não foi alcançado nesses pacientes. A ORR confirmada para EV foi de 45,2% (IC95% 33,5 – 57,3) e DOR mediana 13,2 meses (IC95% 6,1 – 16,0). Mais detalhes do desfecho primário da Coorte K estão disponíveis na tabela a seguir:
Os TRAEs de especial interesse foram reações cutâneas (EV+P, n=51 [67,1% ] ; EV, n=33 [45,2%]), neuropatia periférica (EV+P, n=46 [60,5% ] ; EV, n= 40 [54,8% ] ), distúrbios oculares (por exemplo, olho seco e visão turva; EV+P, n=20 [26,3%]; EV, n=21 [28,8%]) e hiperglicemia (EV+P n=11 [14,5%]; EV, n=8 [11,0%]). A maioria dos AESIS relacionados ao tratamento foram de Grau ≤ 2.
Os autores concluíram que EV+P mostrou alta taxa de resposta objetiva com respostas rápidas e duração de resposta mediana não alcançada em uma população inelegível para cisplatina 1L. O perfil de segurança foi tolerável e geralmente consistente com o perfil conhecido para EV+P. A monoterapia EV foi consistente com a experiência anterior. Esses dados suportam investigações em andamento de 1L EV+P em pacientes com la/mUC que têm uma alta necessidade não atendida.
Referências:
1 – Abstract LBA73 – J. E. Rosenberg et al., Study EV-103 Cohort K: Antitumor activity of enfortumab vedotin (EV) monotherapy or in combination with pembrolizumab (P) in previously untreated cisplatin ineligible patients (pts) with locally advanced or metastatic urothelial cancer (la/mUC). ESMO Annual World Congress – ESMO 2022
2 ClinicalTrials.gov Identifier: NCT03288545 (https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03288545).
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.