[VÍDEO] - Estudo IMpower150 promete respostas de subgrupo para combinação em tratamento de câncer de pulmão - Oncologia Brasil

[VÍDEO] – Estudo IMpower150 promete respostas de subgrupo para combinação em tratamento de câncer de pulmão

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Durante a sessão plenária do Congresso AACR, em Chicago, nesta segunda-feira (16), um dos estudos mais aguardados era o IMpower150, sobre um tipo específico de câncer de pulmão. Dr. Luiz Araújo, oncologista e médico pesquisador do Instituto Nacional de Câncer e do Instituto COI, no Rio de Janeiro, fez uma síntese com comentários para o Grupo Oncologia Brasil.

O estudo foi conduzido pelo Dr. Mark Socinski em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células dos subtipos não escamosos com estágio IV ou recidivado. Os pacientes foram randomizados em três braços: (A) com carbo-taxol e atezolizumabe, um inibidor de PD-L1 (imunoterapia); (B) com carbo-taxol, Avastin e atezolizumabe; (C) com carbo-taxol e Avastin.

Os dados apresentados fazem a comparação do braço B com o braço C. Foram 1.202 pacientes incluídos. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão. A sobrevida livre de progressão já tinha sido apresentada no ano passado e já se sabia que o estudo era positivo em sobrevida livre de progressão com hazard ratio de 0,62, ou seja, uma redução de 38% na recidiva ou progressão durante o acompanhamento.

Dr. Araújo focou sua análise nos subgrupos. “Interessante notar que 13% dos pacientes incluídos nesse estudo tinham EGFR ou ALK positivos. Então esse talvez seja o primeiro estudo que avaliou esse tipo de dado em pacientes com EGFR mutado ou ALK positivo na primeira linha. A análise dos subgrupos mostrou que, independentemente do EGFR, o estudo é positivo, e mesmo na coorte de pacientes que tinham mutações driver, a hazard ratio foi de 0,59. Então a combinação de quimioterapia antiangiogênica e antiPD-L1 foi superior mesmo no subgrupo EGFR mutado. Também no subgrupo de PD-L1, o estudo foi positivo: 47% dos pacientes eram PD-L1 negativos e também nesse subgrupo o estudo favoreceu a adição de inibidor de PD-L1 atezolizumabe a esse esquema de quimioterapia com Avastin.”

Uma curiosidade: o estudo avaliou dois anticorpos diferentes, o SP142 e o SP263. Sabidamente, disse Dr. Araújo, o SP142 tem performance inferior, tende a ser menos sensível. “Nesse estudo, foi visto que os dois anticorpos tiveram resultado bem semelhantes.”

O pesquisador também comentou a assinatura gênica do efetor das células T. Trata-se de uma análise de três genes vistos por um PCR quantitativo, e mesmo independentemente dessa assinatura do Teff, o estudo foi positivo. “Em suma, independentemente dos marcadores, a adição da imunoterapia traz um resultado melhor em sobrevida livre de progressão. Como análises futuras, é interessante lembrar que não temos dados ainda de sobrevida global. Esse dado está ainda para ser apresentado.”

Dr. Araújo comentou também que “quando colocamos esse cenário lado a lado com o KEYNOTE-189, com pembrolizumabe mais a quimioterapia, onde os dados de sobrevida global já estão maduros, identificamos um ponto fraco desse estudo, que precisa ser acompanhado em médio prazo”.

Outra questão curiosa é o EGFR. Esse é o primeiro estudo a ter essa subanálise. “Então se temos hoje um paciente EGFR ou ALK positivo, o dado que podemos validar é o IMpower150. E, em seguida, definir o tipo de quimioterapia que vai ser usada”, coloca Dr. Araújo.

Ao finalizar, o especialista disse que as comunidades médicas norte-americana e brasileira abraçaram de forma expressiva os doublede platina com pemetrexede. “Para isso, temos dados com pembrolizumabe, que é o KEYNOTE-189, e com atezolizumabe tem um estudo em andamento que é o IMpower132, que deve ser apresentado brevemente. Provavelmente vai ganhar um peso mais popular e aí vamos ficar com a pergunta sobre qual o papel do antiangiogênico nesse cenário, se tem ou não um papel adicional.”

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