Impacto da etiologia viral em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável do estudo HIMALAYA - Oncologia Brasil

Impacto da etiologia viral em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável do estudo HIMALAYA

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Dr. Stephen Lam Chan, Professor do Departamento de Oncologia Clínica na Universidade Chinesa de Hong Kong, reportou os resultados de novas análises do estudo HIMALAYA no Congresso ESMO 2022 e comenta, neste vídeo, seus principais destaques e implicações práticas. 

Os benefícios do regime de infusão STRIDE (tremelimumabe mais durvalumabe) na primeira de linha de tratamento para pacientes com câncer hepatocelular irressecável, independentemente da etiologia viral subjacente ao desenvolvimento do câncer, foram confirmados nesta análise atualizada. Vale a pena conferir o vídeo e assistir o conteúdo completo! 

O carcinoma hepatocelular irressecável (CHCi) é uma das causas mais comuns de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo. A maioria dos pacientes necessita de terapia sistêmica como resultado de doença avançada ou metastática no momento do diagnóstico ou recorrência da doença após intervenções locais com intenção curativa. O estudo randomizado, aberto, multicêntrico, global, fase III HIMALAYA (NCT03298451) avaliou a monoterapia com uma única dose inicial alta de tremelimumabe (T) mais durvalumabe (D) (regime STRIDE) versus durvalumabe versus sorafenibe (S) em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável que não haviam sido previamente tratados com terapia sistêmica. 

Os primeiros resultados relatados do HIMALAYA mostraram que o tratamento baseado no regime STRIDE melhorou significativamente a sobrevida global (SG) quando comparado ao tratamento com sorafenibe, e que a SG do tratamento com durvalumabe foi não inferior ao sorafenibe em CHCi.  

Visto que a etiologia viral está relacionada com comprometimento hepático no desenvolvimento do CHC, além de influenciar na atividade da imunoterapia, L.S Chan e colaboradores analisaram o impacto da etiologia viral nos desfechos clínicos do estudo HIMALAYA. Os autores fizeram uma análise exploratória que avaliou STRIDE, D e S em pacientes com vírus da Hepatite B (HBV – presença de HBsAg e/ou anti-HBcAB com DNA HBV detectável), vírus da Hepatite C (HCV) ou etiologia não viral/outro (NV). OS desfechos desta análise foram sumarizados na tabela abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

As características demográficas e das doenças basais foram semelhantes entre os braços de tratamento nos subconjuntos HBV e NV. No entanto, no grupo HCV, a análise multivariada identificou desequilíbrios em duas variáveis prognósticas: disseminação extra-hepática (EHS; mais frequente para o braço STRIDE do que S) e ALBI (score >2 mais frequente em STRIDE e D do que em S). A SG e sobrevida livre de doença foram melhoradas com STRIDE vs. S nos braços HBV e NV, mas não grupo HCV, como mostra a tabela. Usando um modelo de risco proporcional de Cox estratificado para levar em conta os desequilíbrios em EHS e ALBI no subconjunto de HCV, a taxa de risco da SG favoreceu STRIDE vs. S. Isso também ocorreu ao ajustar para EHS e ALBI nos outros grupos.  Os resultados para D vs. S mostraram tendências semelhantes às de STRIDE vs. S (Tabela).  

Os autores concluem que no HIMALAYA, a sobrevida global foi melhorada no braço STRIDE vs. S (HR <1) para todas as etiologias quando os subgrupos foram ajustados para desequilíbrios de fatores prognósticos na coorte HCV; tendências semelhantes foram observadas com D vs. S em todos os subconjuntos.  Esses resultados confirmam os benefícios de STRIDE e D em pacientes com CHCi, independentemente da etiologia subjacente. 

  

Referência:  

1 – Abstract 714P – L.S. Chan et al., Impact of viral aetiology in the phase III HIMALAYA study of tremelimumab (T) plus durvalumab (D) in unresectable hepatocellular carcinoma (uHCC). ESMO Annual World Congress – ESMO 2022 

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