Investigação de agentes em combinação ao pembrolizumabe em regime neoadjuvante no tratamento de melanoma IIIB-D - Oncologia Brasil

Investigação de agentes em combinação ao pembrolizumabe em regime neoadjuvante no tratamento de melanoma IIIB-D

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Avaliação de vibostolimabe e gebasaxturev associados ao pembrolizumabe demonstram boa tolerabilidade e boa performance terapêutica, especialmente o anti-TIGIT, vibostolimabe 

 

O estudo KEYMAKER-U02 compreende um estudo de fase I/II baseado na investigação de agentes ± pembrolizumabe ou pembrolizumabe isolado no tratamento de melanoma. Dentre um de seus sub-estudos, o KEYMAKER-U02 sub-estudo 02C avalia alguns esquemas terapêuticos de neoadjuvância para o tratamento de pacientes diagnosticados com melanoma estadiamentos IIIB-D. Anteriormente à ressecção (6ª semana), os pacientes receberam: braço 1: pembrolizumabe + vibostolimabe (anti-TIGIT) n=26; braço 2: pembrolizumabe + gebasaxturev (coxsackievirus A21) n=25; braço 3: pembrolizumabe, n=15. Após a ressecção, os pacientes seguiram com pembrolizumabe em adjuvância até a duração de 1 ano de tratamento. 

Tendo como endpoint primário tanto a segurança e tolerabilidade dos tratamentos, quanto a taxa de resposta patológica completa (pCR), após mediana de follow-up de 14,1 meses (8-26,1) os eventos adversos relacionados ao tratamento ocorreram em 92% dos pacientes do braço 1, 84% do braço 2 e 80% do braço 3. Aprofundando nesses dados de toxicidade, quando avaliadas as toxicidades graus 3/4 essas ocorreram em 8%, 24% e 7% dos pacientes, respectivamente, sem nenhum caso de toxicidade grau 5 reportado no estudo. No entanto, com relação à descontinuação do tratamento em decorrência de eventos adversos relacionados, 12%, 20% e 0% dos pacientes apresentaram esse desfecho. Tendo como particularidade da imunoterapia os eventos adversos imunomediados e reações infusionais esses foram reportados em 31%, 32% e 27% dos pacientes em cada um dos braços, subsequentemente.  

Com relação aos parâmetros de eficácia, a taxa de pCR obtida foi de 38% (95%CI: 20-59) no braço 1, 28% (12-49) no braço 2 e 40% (16-68) no braço 3. A taxa de resposta patológica parcial foi de 31% (14-52), 12% (3-31), and 27% (8-55), e a taxa de resposta objetiva (ORR) de 50% (95% CI: 30-71), 32% (15-54), e 27% (8-55), respectivamente. Adiante, a mediana de sobrevida livre recorrência (mSLR) não foi atingida em nenhum braço, mas a taxa de mSLR em 18 meses foi de 95% (95% CI: 70-99) no braço 1, 87% (56-97) no braço 2 e de 73% (24-93) no braço 3. Por fim, ainda que a mediana de sobrevida livre de eventos (mSLE) também não tenha sido atingida, a taxa de SLE em 18 meses foi de 81% (95% CI, 60-92), 61% (38-78), and 79% (47-93), respectivamente. 

Os resultados apresentados sugerem que os regimes avaliados apresentam um bom perfil de tolerância e um contexto de manejo favorável. Comparativamente, a combinação de pembrolizumabe + vibostolimabe foi a que apresentou melhor performance e se destacou como a mais promissora no tratamento neoadjuvante de melanoma IIIB-D. 

 

Referência:  

  1. Dummer R, Robert C, Scolyer RA et al. KEYMAKER-U02 substudy 02C: Neoadjuvant pembrolizumab (pembro) + vibostolimab (vibo) or gebasaxturev (geba) or pembro alone followed by adjuvant pembro for stage IIIB-D melanoma. AACR Annual Meeting 2023.