Maximizando a saúde e otimizando custos: os critérios para adoção de novas tecnologias em saúde - Oncologia Brasil

Maximizando a saúde e otimizando custos: os critérios para adoção de novas tecnologias em saúde

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A consultora em Economia da Saúde Vanessa Teich falou a respeito dos critérios para a incorporação de novas tecnologias em saúde no Access Review 2019, detalhando o processo para adoção de uma nova tecnologia, chamado Avaliação de Tecnologias em Saúde.

Esta avaliação considera os pesos relativos do investimento necessário para essa nova tecnologia e o benefício clínico trazido por ela à vida do paciente. “O desafio que a gente tem hoje é que, para ter uma tecnologia funcionando, é necessário investir recursos financeiros adicionais. Então, a gente precisa começar com uma discussão de orçamento”, diz ela.

A consultora complementa dizendo que, ao se falar de gestão de saúde populacional, os fatores a serem considerados são as doenças prioritárias e os critérios para selecionar quais tecnologias serão disponibilizadas e quais serão deixadas de fora.

“Quando estamos numa situação de recursos financeiros limitados, quando a gente escolhe incorporar uma tecnologia ao sistema, outras terão de ficar de fora. O ideal é que os critérios sejam defensáveis, para que a própria população entenda por que algumas tecnologias foram priorizadas em detrimento de outras, sobretudo para maximizar a saúde da população”, disse ela.

Adicionalmente, a especialista abordou a questão do compartilhamento de risco, tema que tem ganhado destaque junto ao Ministério da Saúde. Os Acordos de Compartilhamento de Risco surgem como uma tentativa de minimizar as incertezas no processo de incorporação de uma nova prática ou tecnologia. “Essas incertezas podem ser relacionadas à duração de um tratamento, ao número de pessoas tratadas ou aos desfechos a serem alcançados, o que permite uma maior previsibilidade dos gastos para a fonte pagadora, seja ela pública ou privada”, explica ela.

A incorporação dos desfechos desejados, porém, não é uma questão simples, segundo Vanessa. Isso porque, em cenários em que se tem baixa previsibilidade, existe um risco de os desfechos não serem alcançados, o que resultaria em devolução do valor por parte dos fabricantes da nova tecnologia.

“Acompanhar os pacientes e medir esses desfechos não é uma tarefa fácil. Eu acho que, para começar essas implementações, talvez a gente tenha de pensar de uma forma mais ampla nessa questão de previsibilidade, para ter acordos mais simples. E quando a gente ganhar mais experiência, evoluir para ter mais acordos baseados em desfechos”, diz Teich.

Foi essa a contribuição de Vanessa Teich para o Access Review 2019, encontro que trata dos principais temas de Acesso em Oncologia, que ocorreu no dia 27 de julho, em São Paulo (SP). O evento tem a organização educacional da Oncologia Brasil, com o apoio educacional da Roche, Bristol Myers Squibb, Bayer, Abbvie, Boehringer Ingelheim e Lilly.

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