Medicina de precisão muda o manejo no câncer de endométrio?
O oncologista clínico coordenador da Unidade de Pesquisa Clínica do A. C. Camargo Cancer Center, Dr. João Paulo Lima, em sua participação no ESMO Congress 2019, comentou três trabalhos sobre câncer de endométrio precoce e suas abordagens para o tratamento da doença curável.
Uma dessas é a cirurgia minimamente invasiva, por exemplo de laparoscopia robótica, às pacientes com casos curáveis e sem envolvimento de linfonodos é uma cirurgia. De acordo com o estudo, a questão cirúrgica provavelmente mudará pouco nos próximos anos.
Em seguida abordou importância do envolvimento do patologista no processo de classificação de risco das pacientes a partir de cortes histológicos, bem como da incorporação de técnicas de biologia molecular para melhor entender a doença e desenhar estratégias de tratamento baseadas em um estudo mais aprofundado de cada caso, com destaque para a investigação de mutações no gene TP53 e POLE.
O terceiro tópico da discussão levantado pelo Dr. Lima foi o uso da imunoterapia como terapia de resgate, não mais para casos precoces. Uma das características do tratamento com imunoterapia, que também está presente quando esta é aplicada no contexto de câncer de endométrio, é a resposta prolongada.
A possibilidade de tratar algumas pacientes com certo perfil mutacional exclusivamente com imunoterapia foi levantada durante as apresentações, bem como a possibilidade de associar a imunoterapia com quimioterapia baseada em platina ou inibidores de tirosina-quinase como o lenvatinibe.
O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.
