Novas análises do TITAN: apalutamida e qualidade de vida - Oncologia Brasil

Novas análises do TITAN: apalutamida e qualidade de vida

2 min. de leitura

O Dr. Neeraj Agarwal, professor do Huntsman Cancer Institute da Universidade de Utah, comenta os resultados dos desfechos reportados por pacientes do estudo TITAN, durante o ESMO Congress 2019, evento que ocorre em Barcelona, de 27 de setembro a 01 de outubro.

O TITAN é um estudo de fase III que avalia a eficácia do inibidor do receptor de androgênio apalutamida, associado à terapia de privação androgênica (ADT, do inglês androgen deprivation therapy), em comparação a ADT isolada, em pacientes com câncer de próstata sensível à castração metastático (CPSCm).

Em apresentações em congressos anteriores e publicações recentes (confira a publicação do trabalho no NEJM aqui, o estudo demonstrou que a apalutamida, nesse cenário, promove aumento significativo em sobrevida global e sobrevida livre de progressão radiológica, seus co-desfechos primários.

O Dr. Agarwal lembrou que a medicação conferiu uma redução de 52% no risco de progressão radiológica e uma importante redução de 33% no risco de morte, benefícios que levaram à aprovação da droga como terapia para o CPSCm pela agência regulatória americana Food and Drug Administration, em 2019.

No congresso da European Society of Medical Oncology, foram apresentados os dados relativos a desfechos reportados pelos pacientes do TITAN, que, conforme explica o Dr. Agarwal, são registros das percepções dos indivíduos recrutados sobre os sintomas relacionados à medicação, bem como um retrato da experiência subjetiva daqueles pacientes durante o tratamento.

O oncologista ressaltou que esses dados tentam dirimir as dúvidas existentes quanto ao efeito desses fármacos na qualidade de vida dos participantes do estudo, uma vez que há uma preocupação constante dos médicos em relação a esse impacto, sobretudo aquele gerado por eventual fadiga secundária a esses inibidores.

Com dados coletados prospectivamente durante todo o seguimento do estudo, os investigadores mostraram que, mesmo com bloqueio androgênico mais intenso com apalutamida, a qualidade de vida dos pacientes foi preservada, ao mesmo tempo que um significativo benefício em sobrevida era gerado. “O mais notável”, ponderou o Dr. Agarwal, “foi não ter havido piora da fadiga com o uso de apalutamida, sintoma que era considerado sinônimo de bloqueios androgênicos mais profundos.”

Esses resultados aliam o ganho inequívoco de apalutamida em eficácia ao benefício em segurança e em menor toxicidade, consolidando esse antiandrogênico como um dos tratamentos padrão para pacientes com CPSCm.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.