Resultados demostram que o uso do nivolumabe para tratamento das LVPs diminuiu o tamanho e grau de displasia e melhorou as taxas de sobrevida livre de câncer
A leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é uma lesão multifocal classificada dentro do grupo de lesões potencialmente malignas e apresentam uma taxa de malignização que varia entre 70 à 100% para um carcinoma espinocelular oral (CEC). A LVP não tem um tratamento definitivo e apresenta um enorme desafio para o clínico que maneja esses pacientes. Mais recentemente, as LVP foram associadas ao um microambiente imune o que pode favorecer e justificar o uso de terapia que usem bloqueadores de PD-1 como imunoterapia preventiva.
Um estudo clínico de fase II (NCT03692325) de braço único investigou o nivolumabe ao tratamento das LVP. Foram incluídos pacientes com LVP e aqueles pacientes com LVP que tiveram um CEC prévio em estágio inicial. Os pacientes foram submetidos a biópsia incisional previamente, o tratamento com nivolumabe incluíram 4 doses (480mg IV) a cada 28 dias e ao término novas biópsias foram realizadas, além de acompanhamento clínico e fotográfico. A sua análise foi baseada em um score composto pelo tamanho e grau de displasia pré para pós-tratamento (CR: >80% de diminuição no escore; PR: 40-80% de diminuição; PD: ≥10% de aumento no escore composto ou novo OSCC) e pela análise da sobrevida livre de doença (SLD).
Os investigadores apresentaram na ESMO 2022 os resultados onde incluíram 30 pacientes, principalmente mulheres (18,06%), ex-tabagistas (53%), e a localização mais comum foi a língua oral (13,43%), apenas 8 pacientes tinham diagnóstico de CEC prévio. Uma redução no score (≥40%) foi observada em 37% dos pacientes, e distribuída em 3 CR e 8 PR, 14 (47%) mantiveram a doença estável e 4 pacientes apresentaram PD.
O follow-up deste estudo foi de 16,3 meses (4,1-34,3), a SLD em 1 ano foi 76,5% (IC95% 54,5-88,8), a sobrevida global de 100% e a progressão da doença foi relatada em 7 (23%) casos de CEC. Em relação ao tratamento 86% dos pacientes completaram as 4 doses de nivolumabe, devido a 2 (7%) por toxicidade e 2(7%) por PD. Os eventos adversos imunes-relatados de grau 3-4 foram descritos em 7 (23%) dos pacientes, como hipoglicemia, coite e hepatite. Os investigadores avaliadores avaliaram o CPS em PD-L1 e observou uma tendência mais alta entre os respondedores (p=0,10).
O uso do nivolumabe demonstrou uma melhora na progressão da doença com diminuição no score avaliado. Além disso, o estudo mostra taxas de sobrevida global e sobrevida livre de câncer gerais favoráveis.
Referência:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.