Opções terapêuticas e possíveis efeitos colaterais na terceira linha de tratamento do câncer de colón metastático - Oncologia Brasil

Opções terapêuticas e possíveis efeitos colaterais na terceira linha de tratamento do câncer de colón metastático

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Especialista discute os resultados e possíveis efeitos colaterais do regorafenibe e do FTD/TPI – conhecido anteriormente como TAS-102principais opções terapêuticas em linhas avançadas para a doença 

Dr. Diogo Bugano, Oncologista Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, fez uma análise sobre as principais opções terapêuticas em terceira linha para o tratamento do câncer de cólon metastático. 

De acordo com o especialista, o advento de novas possibilidades terapêuticas tem aumentado drasticamente a sobrevida dos pacientes com neoplasia de colón metastática nos últimos anos. Essas mudanças tornaram cada vez mais comum o cenário de pacientes com poucos sintomas relacionados à doença de base e bom estado geral em linhas de tratamento mais avançadas. 

Dentre as principais opções terapêuticas disponíveis na 3ª linha, podemos citar regorafenibe, FTD/TPI, capecitabina, terapias locais e reexposição a esquemas quimioterápicos previamente utilizados. É importante frisar que a sobrevida nesse cenário é medida em meses e que esse paciente já foi submetido a esquemas quimioterápicos durante anos, ressaltando a importância de levar em consideração a qualidade de vida e possíveis efeitos colaterais na escolha do próximo tratamento. 

O regorafenibe possui uma posologia de uso contínuo por 21 dias seguidos, com sete dias de intervalo. Seus principais efeitos colaterais são a fadiga, reação mão-pé (reação inflamatória com bolhas e descamação), rouquidão e mucosite. Não há conduta específica a ser tomada para o controle da fadiga, porém, em relação à síndrome mão-pé e mucosite, pode-se realizar ajuste de dose. No estudo ReDOS, pacientes foram randomizados para iniciar diariamente regorafenibe 160mg versus um escalonamento de dose de 80mg até 160mg, a depender da tolerância, com ajustes semanais. Demonstrou-se maior benefício nessa segunda opção, com menos síndrome mão-pé e mucosite, além de maior número de pacientes tolerando o tratamento. Outra estratégia disponível seria o uso de corticoide tópico, principalmente após a segunda semana do início da medicação. 

O TAS-102 possui uma posologia de uso por cinco dias na primeira e na segunda semana, seguido de um intervalo nas duas semanas seguintes, sendo uma das primeiras opções terapêuticas em que o paciente pode ficar os finais de semana sem tratamento, beneficiando sua qualidade de vida. 

Os principais efeitos colaterais dessa medicação são náuseas, diarreia e alterações hematológicas, que tendem a melhorar após as duas semanas de intervalo. Caso ainda apresente toxicidade não hematológica de grau 3/4 no início do próximo ciclo, deve-se esperar a recuperação ao nível basal ou toxicidade Grau 1 para reiniciar o medicamento, com redução de dose sugerida em bulaA exceção é para aqueles em que o médico acredite na possibilidade de melhora com medicações sintomáticas.  

Já os pacientes que mantêm neutropenia ou plaquetopenia grau 2/3deve-se esperar recuperação dos valores ao nível basal ou toxicidade Grau 1 e reiniciar a medicação com a mesma dosagem no próximo ciclo. Em caso de alteração grau 4 (menos do que 500 neutrófilos ou menos que 25 mil plaquetas), a dose do próximo ciclo dependerá do tempo necessário para a recuperação dessas contagens. Se após as duas semanas de intervalo, o paciente ainda necessitar de um tempo maior que uma semana para recuperação, deve-se diminuir a dose do ciclo subsequente. Porém, caso o tempo necessário seja menor do que uma semana além do período de intervalo, pode-se manter a dose prévia no próximo ciclo. 

Além disso, Dr. Bugano complementa que, apesar da capecitabina ser uma opção aprovada, não costuma configurar como uma alternativa viável na terceira linha de tratamento, principalmente devido às dúvidas em relação à sua atividade nos pacientes que falharam à FOLFOX/FOLFIRI. 

 

Referências: 

[1] Grothey A, Cutsem EV, Sobrero A, Siena S, Falcone A, Ychou M, et al. Regorafenib monotherapy for previously treated metastatic colorectal cancer (CORRECT): an international, multicentre, randomised, placebo-controlled, phase 3 trial. The Lancet 2013;381:303–12. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61900-X. 

[2] Mayer RJ, Van Cutsem E, Falcone A, Yoshino T, Garcia-Carbonero R, Mizunuma N, et al. Randomized trial of TAS-102 for refractory metastatic colorectal cancer. N Engl J Med 2015;372:1909–19. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1414325. 

[3] Bekaii-Saab TS, Ou F-S, Ahn DH, Boland PM, Ciombor KK, Heying EN, et al. Regorafenib dose-optimisation in patients with refractory metastatic colorectal cancer (ReDOS): a randomised, multicentre, open-label, phase 2 study. Lancet Oncol 2019;20:1070–82. https://doi.org/10.1016/S1470-2045(19)30272-4. 

[4] Gubanski M, Naucler G, Almerud A, Lideståhl A, Lind PARM. Capecitabine as third line therapy in patients with advanced colorectal cancer. Acta Oncol 2005;44:236–9. https://doi.org/10.1080/02841860510029662. 

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