Personalização no tratamento de tumores gastrointestinais - Oncologia Brasil

Personalização no tratamento de tumores gastrointestinais

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“Um ano de construção.” Foi assim que o Dr. Paulo Hoff resumiu a edição de 2019 do congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que ocorreu em Chicago (EUA), de 31 de maio a 4 de junho. Para o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente da Oncologia D’Or, os principais trabalhos apresentados no congresso não trouxeram grandes novidades, mas tiveram papel importante em solidificar conceitos essenciais e novas modalidades de tratamento do câncer.

O oncologista comentou para a Oncologia Brasil (veja no vídeo deste post) alguns dos principais avanços relacionados ao manejo dos tumores gastrointestinais, com ênfase na contribuição cada vez maior da oncologia personalizada como importante arma na busca por melhores resultados para os pacientes. Um dos maiores destaques ficou por conta de estudo apresentado na Sessão Plenária do ASCO 2019, POLO, que mostrou ganho expressivo em sobrevida livre de progressão com uso de olaparibe para pacientes com câncer de pâncreas. A personalização do tratamento se mostrou fundamental nesse caso, uma vez que a terapia-alvo era dirigida especificamente para mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 e sua adição ao esquema padrão resultou em profunda atividade antitumoral. Os indivíduos com mutações germinativas nesses genes representam, segundo o médico, uma parcela pequena dos pacientes com tumores de pâncreas, mas a presença da alteração pode garantir a eles mais do que o dobro de expectativa de controle da doença metastática com uso do inibidor de PARP.

Hoff ressaltou que a avaliação de características moleculares do câncer permitirá avanços em vários setores relativos ao manejo de tumores gastrointestinais, com neoplasias de estômago, fígado e intestino sendo cada vez mais subdivididas em categorias, de acordo com essas alterações, que servirão de base para o desenvolvimento de novas medicações antineoplásicas específicas. Esses novos tratamentos seriam a chave para uma individualização e personalização da oncologia, as quais, destacou o médico, “são, de fato, o caminho correto para que consigamos melhorar a qualidade de vida e os resultados em termos de sobrevida e cura dos nossos pacientes”.

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