PET Scan para a tomada de decisão no tratamento do linfoma de Hodgkin - Oncologia Brasil

PET Scan para a tomada de decisão no tratamento do linfoma de Hodgkin

2 min. de leitura

Acompanhamento a longo prazo do estudo CRUK/07/033 confirma a segurança da redução e intensificação da quimioterapia baseadas no exame de PET Scan, em pacientes com linfoma de Hodgkin 

 

O protocolo ABVD é um esquema quimioterápico clássico para o tratamento do linfoma de Hodgkin, e é composto pelas drogas adriamicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina. Em alguns casos, este tratamento é suficiente para curar os pacientes, porém, em outros, são necessários tratamentos adicionais, que podem ser mais ou menos intensos.  

Com o objetivo de avaliar o uso do exame de PET Scan na tomada de decisão a respeito da continuidade do tratamento de pacientes com linfoma de Hodgkin que receberam o esquema ABVD, foi conduzido o estudo CRUK/07/033. Nele, pacientes recém diagnosticados com linfoma de Hodgkin passaram pelo PET Scan antes e depois do tratamento com dois ciclos de ABVD. Pacientes com resultado negativo no segundo PET Scan foram randomizados para receber ABVD novamente ou apenas AVD, com omissão da bleomicina. Já os pacientes com resultado positivo procederam para intensificação, em que receberam um esquema quimioterápico mais intenso, denominado BEACOPP. Neste estudo, o desfecho primário avaliado foi a não inferioridade da sobrevida livre de progressão em três anos.  

Após uma média de 87.2 meses de acompanhamento, a sobrevida livre de progressão geral em sete anos foi de 78.2% (IC 95% 75.6 – 80.5) e a sobrevida global de 91.6% (IC 95% 89.7 – 93.2). 933 pacientes apresentaram resultados negativos no segundo PET Scan e foram randomizados nos grupos ABVD ou AVD. Houve uma diferença de -1.3% (IC 95% -4.7 to 3.8) entre os grupos em relação à sobrevida livre de progressão, valor dentro da margem de não inferioridade definida em 5%. Isso indica que não houve diferença significativa entre os grupos a respeito dessa variável. Também não houve diferença em relação à sobrevida global. Já para os pacientes que apresentaram PET Scan positivo, foi relatada uma taxa de sobrevida livre de progressão em sete anos de 65.9% (IC 95% 58.1 – 72.6) e sobrevida global em sete anos de 83.2% (IC 95% 76.2 – 88.3). 

Os resultados do estudo demonstraram que, mesmo após um longo tempo de acompanhamento, não houve inferioridade na redução do esquema ABVD a apenas AVD nos pacientes negativos ao PET Scan e a intensificação com BEACOPP para pacientes positivos ao PET Scan foi segura e efetiva. 

 

Referência: