Neste vídeo, Dra. Angélica Nogueira, oncologista clínica, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, comenta os principais trabalhos sobre tumores ginecológicos que foram apresentados na Reunião Anual da ASCO de 2022
A especialista comenta inicialmente sobre três trabalhos que tiveram destaque no âmbito dos tumores de útero, e por fim, aborda outros três trabalhos com relação a tumores de ovário. Confira o vídeo para uma análise completa e comentários sobre suas respectivas implicações clínicas.
O primeiro trabalho comentado, foi o estudo clínico GARNET, que segundo Dra. Angélica, é um estudo que traz novas possibilidades de tratamento para pacientes com câncer de endométrio avançado. Este estudo explorou o uso de do dostarlimabe em pacientes com câncer de endométrio avançado/recorrente dMMR/MSI-H que foram expostas anteriormente à platina e que poderiam ter feito até 2 linhas de tratamento nos cenários de doença avançada, recidivada ou metastática ao diagnóstico.
O estudo clínico KEYNOTE-826 (NCT03635567) foi o estudo que trouxe a imunoterapia para a primeira linha do tratamento do câncer do colo do útero avançado, segundo Dra. Angélica. Neste estudo, pembrolizumabe + quimioterapia ± bevacizumabe garantiram melhores taxas de sobrevida livre de progressão e sobrevida global estatisticamente e clinicamente significativas em pacientes com câncer cervical persistente, recorrente ou metastático. Na ASCO de 2022 foi apresentada uma análise que avaliou os resultados em vários subgrupos-chave de pacientes.
Tisotumabe vedotina (TV) é um anticorpo-droga conjugado experimental composto por um anticorpo monoclonal humano direcionado ao fator tecidual ligado covalentemente ao agente de ruptura de microtúbulos monometil auristatina E (MMAE). O TV é direcionado para células que expressam fator tecidual e libera MMAE após a internalização, resultando em parada do ciclo celular e morte celular por apoptose. No vídeo, a especialista comenta sobre os dados de eficácia do tisotumabe vedotina em combinação com pembrolizumabe no tratamento de pacientes com câncer cervical recorrente em primeira linha.
Os próximos três trabalhos comentados pela especialista foram alguns dos que mais receberam destaque com relação ao câncer de ovário. O principal estudo sobre este assunto foi o estudo ATHENA-MONO (NCT03522246). Este estudo foi projetado para testar se o rucaparibe poderia ser eficaz como tratamento de manutenção de primeira linha em uma ampla população de pacientes, incluindo aqueles sem mutações BRCA ou outras evidências de deficiência de recombinação homóloga ou características clínicas de alto risco, como doença residual.
Outro trabalho interessante foi a subanálise do estudo clínico DESKTOP III. O estudo DESKTOP III já havia demonstrado um benefício significativo de sobrevida em pacientes com câncer de ovário recidivado submetidos a citorredução completa na 1ª recidiva em comparação com aqueles tratados apenas com quimioterapia. Nesta subanálise, foi analisado se os pacientes elegíveis que perderam a oportunidade de realizar a citorredução 1ª recidiva se beneficiariam da cirurgia no momento da sua segunda recaída.
Para finalizar, Dra. Angélica comenta sobre um estudo epidemiológico que avaliou dados do SEER sobre pacientes com câncer de ovário e mutação de BRCA, demostrando que apenas 36% da população americana com esse perfil recebeu tratamento de manutenção na primeira linha. Segundo a especialista este é um dado preocupante que merece uma investigação no cenário brasileiro.
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