A combinação de imunoterápicos ofereceu benefício clínico com ganho de taxa de resposta objetiva e resposta duradoura, cabendo destaque aos pacientes que já foram tratados previamente com terapias adjuvantes, especialmente anti-PD-1
O melanoma é, atualmente, um dos tipos tumorais que mais se beneficiou e beneficia diferentes abordagens imunoterápicas com inibidores de checkpoints imunológicos. Recentemente, o uso de fianlimabe (anti-LAG-3) + cemiplimabe (anti-PD-1) demonstrou altas taxas de resposta objetiva (ORR = 63,8%) entre pacientes com melanoma metastático virgens de tratamento e com expressão de PD-(L)1. No entanto, além do cenário metastático, Omid Hamid e colaboradores avaliaram a eficácia e segurança clínica dessa mesma combinação em contexto de pacientes com melanoma irressecável ou metastático expostos ou não à terapia anti-PD-1 prévia em regime adjuvante. Todos os 98 pacientes incluídos receberam fianlimabe (1600mg) + cemiplimabe (350mg) a cada 3 semanas por 12 meses.
Dada a coorte, 2% dos pacientes receberam terapia (não anti-PD-1) anterior à metástase e 23,5% receberam terapia sistêmica prévia em regime neoadjuvante ou adjuvante, incluindo 13,3% tratados com anti-PD-1 (nivolumabe ou pembrolizumabe). Com mediana de follow-up de 12,6 meses e mediana de tempo de duração do tratamento de 32,9 semanas, 43,9% dos pacientes experienciaram eventos adversos graves de grau ≥3 relacionados ao tratamento e foram reportados 65,3% de eventos adversos imunomediados, característicos das imunoterapias. Além disso, registrou-se que 16,3% da coorte descontinuou o tratamento em detrimento de toxicidades associadas ao tratamento.
Com relação às avaliações de eficácia, a taxa de resposta objetiva global foi de 61,2% (12 respostas completas, 48 respostas parciais) com mediana de taxa de duração de resposta (DOR) não atingida (95%CI: 22,6-NE). Adicionalmente, a mediana estimada de sobrevida livre de progressão (mSLP) foi de 15,3 meses (95%CI: 9,4-NE). Diante do ineditismo na avaliação de pacientes previamente tratados em adjuvância, obteve-se uma ORR de 60,9%, mediana de DOR não atingida e mSLP de 13,3 meses de modo que, quando segregado aqueles em adjuvância com anti-PD-1, obteve-se ORR de 61,5%, mediana de DOR não atingida e 11,8 meses de mSLP, respectivamente.
Os resultados apontam para um perfil de eficácia clínica favorável à combinação de LAG-3 e anti-PD-1, fianlimabe e cemiplimabe, especificamente, sem alterações altamente relevantes no perfil de segurança além de um perfil de resposta duradouro. Essa nova proposta adiciona a informação de benefício clínico em contexto de melanoma avançado pós-terapia adjuvante com anti-PD-1.
Referência:
Hamid O, Lewis KD, Weise AM et al. Significant durable response with fianlimab (anti-LAG-3) and cemiplimab (anti-PD-1) in advanced melanoma: Post adjuvant PD-1 analysis. ASCO 2023.
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