Terapia combinada não foi superior a sorafenibe monodroga no tratamento de 1ªL de hepatocarcinoma - Oncologia Brasil

Terapia combinada não foi superior a sorafenibe monodroga no tratamento de 1ªL de hepatocarcinoma

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O tratamento do hepatocarcinoma (HCC) localmente avançado ou metastático permanece um desafio. O sorafenibe é uma das opções de tratamento em primeira linha, com ganho de sobrevida global comparado a placebo. A doxorrubicina também é um tratamento considerado aceitável, especialmente em linhas posteriores. Entretanto, devido à curta sobrevida entre os pacientes com diagnóstico de hepatocarcinoma, há necessidade constante de estudos para novos tratamentos ou combinações mais eficazes.

O estudo CALGB 80802, fase III, publicado no JAMA Oncology, avaliou a combinação de sorafenibe e quimioterapia com doxorrubicina (até dose máxima de 360 mg/m2) versus sorafenibe monodroga em primeira linha, em 356 pacientes, ECOG 0 a 2, Child-Pugh A, com diagnóstico de HCC localmente avançado ou metastático. O trial foi terminado antes do planejado devido à futilidade demonstrada em análise interina.

A sobrevida global foi muito semelhante entre os dois grupos (9,3 meses na combinação versus 9,4 meses no grupo sorafenibe – HR 1,05; IC 95% 0,83-1,31), assim como a sobrevida livre de progressão (4 meses com combinação versus 3,7 meses com sorafenibe – HR 0,93; IC 95% 0,75-1,16).

Em relação às toxicidades, o grupo de pacientes que recebeu combinação apresentou significativamente maior taxa de neutropenia graus 3 e 4 (36,8% e 17,5% versus 0,6% e 2,4%). O grupo com adição de doxorrubicina ao sorafenibe também apresentou toxicidades cardíacas, enquanto o grupo com sorafenibe monodroga não cursou com tais eventos adversos.

O estudo conclui que a combinação não trouxe benefício e ainda acrescentou toxicidades aos pacientes. Portanto, doxorrubicina e sorafenibe não devem ser utilizados em conjunto no tratamento de primeira linha de HCC. Você pode conferir a publicação completa neste link.