Neste vídeo, Dr. Ghassan Abou-Alfa, médico oncologista do Memorial Sloan Kettering Cancer Center e Professor Na Weill Cornell College At Cornell University, comenta sobre a análise atualizada do estudo clínico TOPAZ-1.
Esta análise mostra melhora significativa da sobrevida global após tratamento com durvalumabe + gencitabina e cisplatina em pacientes com câncer do trato biliar avançado, e segurança do tratamento com acompanhamento por mais tempo. Resultados apoia ainda mais o uso do D+GC como novo padrão tratamento de primeira linha. Vale a pena conferir o conteúdo completo!
O câncer do trato biliar (CTB) avançado é um câncer raro, heterogêneo e de mau prognóstico. Relatos sobre características imunogênicas do CTB sugerem que a inibição do checkpoint pode resultar em respostas imunes antitumorais, e atividade clínica limitada foi observada com agentes únicos em configurações avançadas. O inibidor de PD-L1 durvalumabe (D) + gencitabina e cisplatina (+GC) mostrou atividade antitumoral promissora no CTB avançado em estudos de fase II e no estudo de fase III TOPAZ-1.
Durante o congresso ESMO 2022, a atualização da sobrevida global (SG) e análise de segurança do estudo TOPAZ-1 foi apresentada por D-Y. Oh e seus colaboradores. Na análise interina pré-planejada do TOPAZ-1, com dados obtidos até a data de corte de 11 de agosto de 2011, foi visto que o tratamento com D+GC melhorou significativamente a SG quando comparado ao placebo (PBO)+GC em paciente com CTB avançado (hazard ratio HR 0,80; IC95% 0,66 – 0,97; p=0,021). Nessa nova análise, os desfechos recentes tinham como objetivo principal avaliar a sobrevida global dos pacientes e segurança do tratamento após 6 meses de acompanhamento adicional com 76,9% de maturidade geral no evento SG.
Os dados foram obtidos até a data de corte 25 de fevereiro de 2022, e contou com a participação de 685 pacientes que foram randomizados 1:1 nos braços D+GC (n=341) e PBO+GC (n=344). Os pacientes não tiveram qualquer tipo de tratamento antes do estudo, tinham CTB avançado, recorrente ou metastático irressecável. Os pacientes receberam 1500 mg de D a cada 3 semanas (Q3W) (braço D+GC) ou PBO + 1000 mg/m2 de G e 25 mg/m2 de C nos dias 1 e 8 Q3W, por até 8 ciclos (ambos braços). Após o ciclo, o tratamento era seguido com monoterapia D (1500 mg Q4W) ou PBA até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. O tempo médio de acompanhamento dos pacientes foi de 23,4 meses (IC95% 20,6 – 25,2) no braço D+GC e 22,4 meses (IC95% 21,4 – 23,8) no braço PBO+DC.
Os resultados mostraram que a SG mediana (IC95%) foi de 12,9 meses (11,6 – 14,1) meses com o tratamento D+GC enquanto com o PBO+DC foi de 11,3 (10,1 – 12,5) meses (HR 0,76; IC95% 0,64 – 0,91). As taxas de risco da SG (IC95% ) aumentou em todos os subgrupos pré-especificados tratados com D+GC: inicialmente ressecável 0,79 (0,65 – 0,95); recorrente 0,76 (0,48 – 1,20); localização do tumor primário – colangiocarcioma intra-hepático 0,78 (0,62 – 0,99); colangiocarcioma extra-hepático 0,61 (0,41 – 0,91); câncer de vesícula biliar 0,90 (0,64 – 1,25) e PD-L1 positivo (área de positividade do tumor -TAP): TAP ≥ 1% 0,75 (0,60 – 0,93); TAP < 1% 0,79 (0,58 – 1,09). As taxas de SG do grupo D+GC vs PCB+GC para 12 meses foram 54,3% vs 47,1%; em 18 meses 34,8% vs 24,1% e em 24 meses 23,6% vs 11,5%. Sobre a segurança dos medicamentos, os efeitos adversos relacionados ao tratamento (EART) de grau 3/4 ocorreram em 60,9% dos pacientes que receberam D+GC e 63,5% no PBO+GC. Os EART que levaram a descontinuação de qualquer medicação do estudo ocorreram em 8,9% vs 11,4%, respectivamente.
Os autores concluem essa atualização comentando que o esquema de tratamento D+GC continua a demonstrar benefício clinicamente significativa quando comparado ao placebo, sendo esse resultado consistente entre os subgrupos de CTB. Esses resultados, juntamente com de segurança do tratamento com acompanhamento por mais tempo, apoia ainda mais o uso do D+GC como novo padrão tratamento de primeira linha para pacientes com CTB avançado.
Referência:
1 – Abstract 56P – D-Y. Oh et al., Update overall survival (OS) from the phase III TOPAZ-1 study of durvalumab (D) or placebo (PBO) plus gemcitabine and cisplatin (DG) in patients (pacientes) with advanced biliary tract cancer (BTC). ESMO Annual World Congress – ESMO 2022
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