A atividade física traz benefícios no tratamento câncer colorretal metastático?

O sedentarismo já foi associado com uma maior incidência de câncer colorretal e também a um maior risco de recorrência e mortalidade. Seu papel na doença metastática, no entanto, ainda não havia sido amplamente estudado. Um estudo publicado no Journal Of Clinical Oncology procurou avaliar o papel da atividade física neste grupo de pacientes.

Os pacientes que participaram do estudo fase III já publicado do CALGB/SWOG 80405, que avaliou tratamentos para primeira linha de câncer colorretal metastático, foram objeto desta análise, através de questionários sobre atividade física, a qual foi medida em METs (1 MET equivale ao gasto energético ao permanecer sentado por 1 hora).

Pacientes que apresentaram progressão de doença ou foram a óbito dentro de 60 dias dos questionários foram excluídos para evitar fatores de confusão. Atividade física acima de 18 METs por semana foram associadas a uma redução do risco de progressão de doença de 17% (HR 0,83 ptrend =0,01) em relação à atividade inferior a 3 METs. No entanto, não houve ganho em sobrevida global (HR 0,85; IC 95% 0,71 a 1,02; ptrend = 0,06).

Destaca-se também que a atividade física mais vigorosa (acima de 9 METs por semana) também foi associada com uma menor taxa de eventos adversos relacionados ao tratamento, incluindo neutropenia, desidratação, inapetência e fadiga.

Este estudo demonstra os benefícios da atividade física nos pacientes com tumores colorretais metastáticos, com menor incidência de toxicidades e sobrevida livre de progressão mais prolongada. Você pode conferir a publicação completa aqui.