Pela primeira vez, foi observado que a intensidade de resposta a um inibidor de checkpoint imunológico neoadjuvante é fator de prognóstico independente de sobrevida global e sobrevida livre de doença em CPNPC
Já havia sido demonstrado que uma resposta completa após quimioterapia neoadjuvante à base de platina, em casos de CPNPC inicial, poderia ter valor prognóstico. Entretanto, o mesmo não havia sido comprovado em relação ao tratamento neoadjuvante com inibidores de checkpoint imunológico.
No ensaio clínico IONESCO, multicêntrico e de fase 2, amostras de tecidos de patológico, de pacientes que foram submetidos à terapia neoadjuvante com durvalumabe e ressecção cirúrgica completa, foram avaliados por dois patologistas. As amostras foram revistas quanto ao grau de resposta patológica. Dessa forma, foi avaliado o percentual de células tumorais residuais no tumor primário e nos gânglios linfáticos envolvidos. A relação entre taxa de células tumorais residuais como variável contínua e os resultados de sobrevida global e sobrevida livre de doença foram analisados, levando em conta o perfil do paciente (idade, sexo, tabagismo), histologia, proporção tumoral, PD-L1 (TPS), estadio e procedimento cirúrgico realizado.
Desta maneira, dos 50 pacientes, 46 foram elegíveis e receberam durvalumabe, sendo que 43 foram submetidos à cirurgia e 67,4% eram homens, com idade média de 61 anos; todos ECOG PS 0-1; 98% ex-fumantes. 23 deles apresentavam adenocarcinoma, sendo 19 escamosos; seus estadios IB/IIA/IIB/IIIA foram, respectivamente, 5/13/27/1; 15 TPS maior ou igual a 1%. Por fim, a mediana da proporção de células tumorais residuais foi 36,11.
Observa-se, portanto, que a resposta patológica ao tratamento neoadjuvante com inibidor de checkpoint imunológico é um fator prognóstico independente de sobrevida global e sobrevida livre de doença, em câncer de pulmão de células não pequenas ressecável (CPNPC).
Referências:
https://doi.org/10.1016/j.annonc.2021.08.1754
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