ADAURA: osimertinibe adjuvante em pacientes com CPNPC EGFR mutado estágio IB-IIIA - Oncologia Brasil

ADAURA: osimertinibe adjuvante em pacientes com CPNPC EGFR mutado estágio IB-IIIA

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Dr. Masahiro Tsuboi, chefe e diretor da Divisão de Cirurgia Torácica e Oncologia na National Cancer Center Hospital East, realizou a apresentação dos dados atualizados do estudo ADAURA no Congresso ESMO 2022 e neste vídeo, comenta os principais dados do estudo e suas repercussões. 

Segundo o especialista, os dados reforçam o osimertinibe adjuvante como padrão de tratamento para pacientes com CPNPC estágio IB-IIIA com mutação em EGFR após ressecção tumoral completa. 

Durante o Congresso ESMO 2022, Tsuboi e seus colaboradores apresentaram os dados atualizados sobre a sobrevida livre de doença (SLD) e os padrões de recorrência da doença após 2 anos de acompanhamento do estudo ADAURA com o uso do inibidor de receptor tirosina quinase- EGFR (EGFR-TKi) de terceira geração, osimertinibe.  

O estudo de fase III ADAURA foi projetado para avaliar a eficácia e segurança osimertinibe adjuvante vs. placebo em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) positivo para mutação de EGFR (Ex19Del ou L858R) em estágio IB-IIIA ressecado. Os primeiros desfechos do estudo ADAURA mostraram que o osimertinibe adjuvante teve um benefício clinicamente significativo na sobrevida livre de doença (SLD) versus o placebo em pacientes com mutação EGFR completamente ressecado estágio II-IIIA: SLD HR 0,17; IC99,06% 0,11 – 0,26 (p<0,0001); estágio IB-IIIA SLD HR 0,20; IC99,12% 0,14 – 0,30 (p<0,0001). 

Os pacientes elegíveis para o estudo foram randomizados 1:1, onde um dos braços recebeu 80 mg de osimertinibe uma vez ao dia e o outro recebeu placebo por até três anos. A data de corte para essa análise foi de 11 de abril de 2022. Nessa atualização, se manteve os desfechos da anterior, sendo o endpoint primário avaliar a SLD no estágio II-IIIA e os endpoints secundário avaliar SLD no estágio IB-IIIA, sobrevida global e segurança do tratamento. 

Participaram dessa análise 682 pacientes do mundo todo, sendo 339 no grupo tratados com osimertinibe e 343 no grupo placebo. Em pacientes com a doença em estágio II-IIIA, a SLD atingiu um HR de 0,23 (IC95% 0,18 – 0,30; 242/470 eventos; 51% de maturidade). A taxa de SLD em 3 anos foi de 84 % com osimertinibe vs 34% com placebo.  

Na população geral (estágio IB-IIIA), a SLD atingiu um HR de 0,27 (IC95% 0,21 – 0,35; 305/682 eventos). A taxa de SLD em 3 anos foi de 85% vs. 44% do placebo. No braço osimertinibe, o número de pacientes que relataram recorrência da doença local/regional ou ao longo do tempo foi menor vs. braço placebo, a SLD no sistema nervoso central (SNC) atingiu um HR de 0,24 em pacientes estágio II-IIIA (IC95% 0,14 – 0,42; 63/470 eventos). O perfil de segurança do osimertinibe se manteve consistente com o anteriormente relatado.  

Os autores concluíram que após 2 anos de acompanhamento foi possível observar um benefício contínuo e sustentado na SLD com osimertinibe quando comparado ao placebo, o que foi consistente com a análise primária. Esses dados maduros reforçam o osimertinibe adjuvante como padrão de tratamento para pacientes com CPNPC estágio IB-IIIA com mutação em EGFR após ressecção tumoral completa. 

Referência:  

1 – Abstract LBA47 – M. Tsuboi et al. Osimertinib as adjuvant therapy in patients (pts) with resected EGFR-mutated (EGFRm)stage IIB-IIIA non-small cell lung cancer (NSCLC): Update results from ADAURA. ESMO Annual World Congress – ESMO 2022 

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