Estudos MajesTEC: avaliação de teclistamabe em pacientes com mieloma múltiplo recidivado e refratário - Oncologia Brasil

Estudos MajesTEC: avaliação de teclistamabe em pacientes com mieloma múltiplo recidivado e refratário

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Neste vídeo, Dr. Fernando Pericole, médico hematologista e hemoterapeuta na Unimed de Campinas – SP, comenta sobre os dados dos estudos MajesTEC-1 e MajesTEC-2 apresentados durante o The 64th Annual Meeting of the American Society of Hematology (ASH) 2022. Vale a pena conferir o conteúdo na íntegra! 

 

Teclistamabe é um anticorpo biespecifico capaz de reconhecer a molécula CD3, presente em células T e a proteína BCMA (B-Cell Maturation Antigen), presente em células de Mieloma Múltiplo (MM). Sua segurança e eficácia em monoterapia foram avaliadas no estudo de fase 1b/2 MajesTEC-1, no qual foram observadas taxa de resposta global de 63%, e resposta completa ou maior de 39,4%. Durante o ASH 2022, foram discutidos aspectos da resposta imune de pacientes tratados com a dose recomendada para a segunda fase do estudo MajesTEC-1.  

Especificamente, este estudo realizou análise comparando a coorte de pacientes do MajesTEC-1 que tiveram resposta positiva, com aqueles pacientes que não responderam bem ao teclistamabe. Observou-se que, de fato, os pacientes não respondedores ao teclistamabe possuem um perfil imunológico pior, quando comparado aos pacientes respondedores. 

Dentre os aspectos imunes avaliados, destaca-se que os pacientes refratários ao tratamento apresentaram menores contagens de células T CD8+, e maiores frequências de células T regulatórias (Treg), Treg CD38+, e células T expressando marcadores associados à exaustão (PD-1, TIM-3, e CD38), tanto no sangue quanto na medula óssea; além disso, também foi encontrada uma maior quantidade de linfócitos T com fenótipo de exaustão e maior quantidade de BCMA solúvel nesses pacientes não respondedores.  

Portanto, esses achados levam a conclusão de que, possivelmente, o perfil imunológico mais exaurido é um preditor de má resposta ao teclistamabe. Tendo como base esses achados, o teclistamabe também está sendo avaliado em recaídas iniciais e em combinação com outras drogas utilizadas no tratamento do mieloma múltiplo, como no estudo MajesTEC-2, também apresentado no Congresso.  

O estudo MajesTEC-2, é um estudo de fase 1b e avaliou a combinação de teclistamabe e daratumumabe em 32 pacientes. Os pacientes avaliados tinham de 1-3 linhas de terapia prévia, incluindo um imunomodulador e um inibidor de proteassoma. 

Em um acompanhamento mediano de 8,4 meses (1,1-12,9), a taxa de resposta global foi de 93%, sendo 54,9% de resposta completa ou melhor e respostas foram observadas inclusive em pacientes que já eram refratários a daratumumabe e/ou lenalidomida. 

Quanto à segurança, o evento adverso não hematológico mais comum foi a síndrome de liberação de citocina (CRS), que ocorreu em 26 pacientes (81,3%), sendo que todas as ocorrências foram leves, de graus 1 ou 2, e ocorreram no primeiro ciclo de tratamento. Neutropenia foi o evento adverso hematológico mais comum (84,4%). 

Os dados do ensaio MajesTEC-2, sugerem que a combinação de teclistamabe, daratumumabe e lenalidomida tem o potencial de atingir respostas profundas e duradouras. 

 

Referências: Cortes-Selva, D. et al., 2022. Teclistamab, a B-Cell Maturation Antigen (BCMA) x CD3 Bispecific Antibody, in Patients with Relapsed/Refractory Multiple Myeloma (RRMM): Correlative Analyses from MajesTEC1. Apresentado no 64th ASH Annual Meeting and Exposition. Informações do ensaio clínico: NCT03145181. 

Searle, E. et al., 2022. Teclistamab in Combination with Subcutaneous Daratumumab and Lenalidomide in Patients with Multiple Myeloma: Results from One Cohort of MajesTEC-2, a Phase1b, Multicohort Study. Apresentado no 64th ASH Annual Meeting and Exposition. Informações do ensaio clínico: NCT04722146. 

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