Análise do perfil de segurança apresentado no estudo CHRYSALIS - Oncologia Brasil

Análise do perfil de segurança apresentado no estudo CHRYSALIS

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Neste vídeo, Dr. Marcelo Corassa, Oncologista Clínico do A.C.Camargo Cancer Center, comenta os resultados do estudo CHRYSALIS, que avaliou o uso do amivantamabe em pacientes com CPNPC, destacando os dados de segurança da droga

Amivantamabe é um anticorpo biespecífico, ou seja, possui afinidade por dois alvos –  que neste caso são EGFR e MET. O amivantamabe impede que ligantes ativem os receptores, bloqueando a sinalização, marcando as células cancerosas para citotoxicidade celular dependente de anticorpos por meio de células natural killer, além de também permitir que os macrófagos realizem trogocitose. A partir disso, essa molécula demonstrou eficácia no câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) com mutação do EGFR que progrediu a osimertinibe, tanto como monoterapia e em combinação com lazertinibe – um inibidor de tirosina quinase de terceira geração. 

Durante o Congresso Anual da ESMO 2021, foram apresentados os resultados clínicos de pacientes tratados no CHRYSALIS (NCT02609776), um estudo em andamento, aberto, multicêntrico, de fase I, cujo objetivo é avaliar a segurança, farmacocinética e eficácia do amivantamabe em monoterapia e em combinação com lazertinibe, ou com carboplatina e pemetrexede, em pacientes com CPNPC avançado EGFR mutado.  

Pacientes que progrediram com osimertinibe foram agrupados para formar o grupo da monoterapia, a maioria dos quais foram pré-selecionados para C797S/outras mutações de resistência ou amplificação MET. O grupo da combinação compreendia pacientes não selecionados, que progrediram com osimertinibe, mas eram virgens de quimioterapia. A resposta foi avaliada pelo investigador de acordo com RECIST v1.1. 

Em 19 de abril de 2021, 121 indivíduos no grupo da monoterapia (85% com resistência baseada em EGFR/MET) e 45 no grupo da combinação (38% com resistência baseada em EGFR/MET) foram avaliados para eficácia, com acompanhamento médio de 6,9 ​​e 11,1 meses, respectivamente. atividade antitumoral foi observada no grupo mono, com 33 alcançando resposta parcial (PR) como a melhor resposta, dos quais 23 foram confirmados, para uma taxa de resposta geral (ORR) de 19% (IC 95%, 12-27). No grupo combo, 1 resposta completa e 15 PRs foram observados, todos confirmados, para uma ORR de 36% (IC de 95%, 22–51). A duração média da resposta foi de 5,9 meses com mono e 9,6 meses com combo (Tabela). O perfil de segurança para mono e combo foi consistente com a segurança relatada anteriormente. Nenhum novo sinal de segurança foi identificado. 

No grupo da monoterapia com amivantamabe, 33 pacientes apresentaram a resposta parcial (RP) como a melhor resposta, dos quais 23 pacientes foram confirmados para uma taxa de resposta objetiva (TRO) de 19% (IC 95%: 12-27). No grupo da combinação, 1 resposta completa e 15 parciais foram observadas, neste grupo a TRO foi de 36% (IC 95%: 22–51). A duração mediana de resposta foi de 5,9 meses com a monoterapia e 9,6 meses com a combinação, demonstrando maior vantagem de resposta com o uso da combinação.  

Neste vídeo Dr. Marcelo Corassa destaca sobre a segurança avaliada neste estudo clínico. Os pacientes tratados com amivantamabe em monoterapia ou em combinação com lazertinibe, apresentaram mais efeitos adversos decorrentes da inibição do EGFR, como rash, paroníquia, diarreia e náusea, em comparação com pacientes tratados com osimertinibe. Outro tipo de evento adverso importante de se destacar, são as reações infusionais geradas na aplicação do amivantamabe, entretanto, essas reações podem ser manejadas caso a equipe médica esteja preparada para esta ocorrência.  

Dr. Marcelo conclui que os médicos precisam estar preparados para o uso do amivantamabe, sendo que atualmente esta droga está presente em alguns estudos clínicos no Brasil, e tem apresentado resultados favoráveis aos pacientes. Assista o vídeo para mais detalhes sobre o estudo e ver a opinião do especialista.  

 

Referência: Amivantamab Monotherapy and in Combination with Lazertinib in Post-osimertinib EGFR-mutant NSCLC: Analysis from the CHRYSALIS Study. Leighl N, et al. Mini oral presentation at ESMO 2021; presentation 1192MO. 

 

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Para saber mais sobre esse câncer de pulmão, acesse: https://canceregfr.com/