Estudo KEYNOTE-355: combinação de pembrolizumabe e quimioterapia apresentou superior sobrevida global comparada à quimioterapia isolada como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de mama triplo negativo metastático ou localmente avançado inoperável na população com CPS≥10
Análise prévia interina do KEYNOTE-355 (NCT02819418) mostrou que pembrolizumabe (pembro) + quimioterapia (QT), em primeira linha, significativamente aumentou a sobrevida livre de progressão vs placebo (PBO) + QT em pacientes com tumores de mama triplo negativo com expressão positiva de PD-L1 (CPS≥10) (HR 0.65, 95% IC, 0.49-0.86; P=0.0012, uni-caudado [valor de P para associação, 0.00411]). Neste sentido, foram então apresentados, no congresso ESMO 2021, os resultados finais de sobrevida global e de outros desfechos deste estudo.
847 pacientes com doença metastática de novo ou com ≥6 meses livres de doença invasiva foram randomizados 2:1 para pembro+QT (nab-paclitaxel, paclitaxel ou gemcitabina- carboplatina) ou PBO+QT por até 35 administrações de pembro/PBO, ou até progressão de doença/toxicidade intolerável. Os pacientes foram estratificados pelo tipo de QT, status de PD-L1 (CPS≥1 ou <1) e de tratamento (neo)adjuvante prévio com a mesma classe de QT (sim ou não). Os dois desfechos primários foram sobrevida livre de progressão (por RECIST v1.1) e sobrevida global em pacientes com PD-L1 positivo (CPS≥10 e ≥1) e em todos os pacientes randomizados (ITT). Taxa de resposta objetiva (ORR) foi definida como desfecho secundário. Os eventos adversos foram monitorados durante o estudo e graduados pelo NCI CTCAE v4.0
Resultados:
Com uma mediana de segmento de 44.1 meses, o tratamento com pembro+QT resultou em ganho de sobrevida global estatisticamente significativo vs PBO+QT em pacientes com CPS≥10 (mediana de 23.0m [19.0-26.3] vs 16.1m [12.6-18.8], HR 0.73, P=0.0093). O valor da hipótese nula para benefício de sobrevida global em pacientes com CPS≥1 não foi atingido e, consequentemente, o teste formal para a população ITT não foi realizado. O benefício da associação de pembro+QT em termos de sobrevida livre de progressão foi mantido conforme os resultados anteriores. A combinação pembro+QT aumentou estatisticamente a ORR na população CPS≥10 (52.7% [45.9-59.5] vs 40.8 [31.2-50.9]). Em relação a todos os desfechos, o benefício do tratamento com pembro aumentou com o enriquecimento do PD-L1. Eventos adversos graus 3-5 ocorreram em 68.1% no grupo pembro+QT (2 mortes) vs 66.9% no grupo PBO+QT (0 mortes).
Conclusão:
A associação de pembro+QT demonstrou benefício estatístico e clínico em sobrevida global comparado à QT isolada em pacientes com tumores de mama triplo negativo metastáticos/localmente avançados inoperáveis sem tratamento prévio na população com CPS≥10. Nenhum novo perfil de toxicidade foi identificado.
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Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
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