Estudo CheckMate 649 demonstrou previamente superioridade em termos de sobrevida global com nivolumabe + quimioterapia versus quimioterapia, levando à aprovação da combinação pelo FDA dos EUA, e também pela Anvisa
Durante o Congresso Anual da ESMO 2021, foram apresentados os dados atualizados do CheckMate 649 (NCT02872116), um estudo de fase 3, global, randomizado, que avalia a eficácia de nivolumabe + ipilimumabe ou nivolumabe + quimioterapia em pacientes com câncer gástrico/transição esofagogástrica/adenocarcinoma esofágico avançados, irressecável ou metastático, previamente não tratados. No simpósio presidencial, foram relatadas as atualizações do acompanhamento de longo prazo para nivolumabe + quimioterapia versus quimioterapia, além dos primeiros resultados para nivolumabe + ipilimumabe versus quimioterapia.
Os participantes foram inscritos independentemente da expressão de PD-L1; foram excluídos aqueles com tumor HER2-positivo. Os pacientes foram randomizados para:
1) nivolumabe (360 mg a cada 3 semanas ou 240 mg a cada 2 semanas) + quimioterapia (XELOX a cada 3 semanas ou FOLFOX a cada 2 semanas);
2) nivolumabe 1 mg/kg + ipilimumabe 3 mg/kg a cada 3 semanas por 4 doses, seguidos de nivolumabe 240 mg a cada 2 semanas de manutenção;
3) quimioterapia.
Os desfechos primários duplos foram sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP; por revisão central independente cega [BICR]) para nivolumabe + quimioterapia versus quimioterapia em pacientes com CPS (combined positive score) ≥ 5. Os desfechos secundários testados hierarquicamente incluíram SG para nivolumabe + quimioterapia versus quimioterapia (PD-L1 CPS ≥ 1 para todos os randomizados) e SG para nivolumabe + ipilimumabe versus quimioterapia (PD-L1 CPS ≥ 5 para todos os randomizados).
Resultados
Dos 2031 pacientes, 1581 (60% com PD-L1 CPS ≥ 5) foram simultaneamente randomizados para nivolumabe + quimioterapia ou quimioterapia e 813 (58% com PD-L1 CPS ≥ 5) para nivolumabe + ipilimumabe ou quimioterapia.
Após um acompanhamento mínimo de 35,7 meses, nivolumabe + quimioterapia manteve ganho de SG versus quimioterapia, ou seja, 14,4 versus 11,1 meses (HR 0,7; IC 95%: 0,61-0,81), respectivamente, com taxa de resposta objetiva (TR) igual a 60% (IC 95%: 55-65). A mediana de SG para todos os pacientes randomizados foi de 13,8 versus 11,6 meses (HR 0,79; IC 95% 0,71-0,88).
O desfecho secundário de SG para pacientes com CPS ≥ 5 para nivolumabe + ipilimumabe versus quimioterapia, porém, não foi alcançado (11,2 versus 11,6 meses; HR 0,89; IC 96,5% 0,71-1,10; P = 0,2302); outros desfechos na hierarquia, então, não foram testados. Nenhum novo sinal de segurança foi identificado.
Os autores concluem que a combinação de nivolumabe + quimioterapia continuou a demonstrar benefícios de sobrevida global no longo prazo em relação à quimioterapia sozinha, além de um perfil de segurança aceitável, reforçando tal estratégia como padrão de tratamento de primeira linha aos pacientes com câncer gástrico/transição esofagogástrica/adenocarcinoma esofágico avançado.
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Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
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