Estudo PROMISE-meso: imunoterapia como alternativa a quimioterapia para mesotelioma recidivado - Oncologia Brasil

Estudo PROMISE-meso: imunoterapia como alternativa a quimioterapia para mesotelioma recidivado

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O mesotelioma é um tipo raro, porém fatal, de câncer, associado principalmente à exposição ao pó de asbesto. A doença, com maior ocorrência em locais onde são fabricados ou altamente consumidos produtos de amianto, tem apenas um regime de tratamento aprovado até o momento, consistindo de pemetrexede e derivados de platina. Mesmo com tratamento, é comum que os pacientes morram até dois anos após o diagnóstico.

Dados do PROMISE-meso (NCT02991482) apresentados no ESMO Congress 2019, permitem a avaliação de outra abordagem terapêutica para a doença. O estudo comparou a eficácia de pembrolizumabe versus a quimioterapia padrão em pacientes com mesotelioma que, durante ou após o tratamento em primeira linha, recidivaram.

O foco em pacientes com recidiva é relevante visto que não existe nenhuma terapia padrão em segunda linha eficaz. Para pacientes que respondem bem à associação pemetrexede e platina, a combinação é novamente oferecida, enquanto pacientes não-responsivos normalmente recebem tratamentos como gemcitabina/vinorelbina, com taxas de resposta de aproximadamente 10%.

Na tentativa de oferecer uma alternativa eficaz para o tratamento de mesotelioma, o estudo de fase III envolveu 144 pacientes, randomizados em dois braços de tratamento: pembrolizumabe (200 mg a cada três semanas) ou quimioterapia padrão (a critério do centro participante, gemcitabina ou vinorelbina). Em casos de progressão da doença, pacientes do braço controle poderiam migrar para o braço tratado com pembrolizumabe.

A taxa de resposta objetiva foi de 22% para pacientes tratados com pembrolizumabe, comparados a 6% para a quimioterapia (p = 0,004). A sobrevida livre de progressão mediana foi de 2,5 meses (IC95% = 2,1-4,2) e 3,4 meses (IC95% = 2,2-4,3), respectivamente. Pacientes tratados com pembrolizumabe tiveram uma sobrevida global mediana de 10,7 meses, comparados a 11,7 meses para o grupo tratado com quimioterapia (p = 0,85).

Eventos adversos (EA) de grau 3 ou superior afetaram 19% dos pacientes no grupo tratado com pembrolizumabe, enquanto 24% daqueles tratados com quimioterapia apresentaram EAs desta magnitude.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.