Potencial benefício de mosunetuzumabe para linfoma não Hodgkin recidivado ou refratário - Oncologia Brasil

Potencial benefício de mosunetuzumabe para linfoma não Hodgkin recidivado ou refratário

2 min. de leitura

Há uma expressiva demanda atual no cenário onco-hematológico para o desenvolvimento de novas terapias voltadas para linfomas não-Hodgkin (LNH) recidivados ou refratários. Opções são escassas particularmente em LNH de células B submetidas a terapia CAR T-Cells.

O estudo GO29781 trata-se de um estudo fase 1/1B, multicêntrico, aberto, que recrutou 270 pacientes para avaliação de eficácia de mosunetuzumabe, uma imunoglobulina humanizada G1, bi-específica tanto para o complexo proteico CD3 como para CD20.

Para o grupo B deste estudo, cujos dados foram recentemente apresentados na American Society of Hematology (ASH), os pacientes foram submetidos a um escalonamento de dose no 1ª, 8ª e 15ª dia do primeiro ciclo (a cada 21 dias) e, em seguida, doses fixas no 1ª dia de cada ciclo com número máximo de 17 ciclos.

Esse estudo teve como objetivo primário taxa objetiva de resposta, dose máxima tolerada e tolerabilidade sendo que a maioria dos pacientes apresentavam LNH agressivo (180 pacientes) com mediana de 3 terapias sistêmicas prévias e ainda 23 pacientes deste grupo foram expostos a terapia CAR-T Cells.]

Sobre a eficácia, nos casos de linfoma não Hodgkin indolente foram obtidas taxas de resposta de 62,7% e de remissão completa 43,3% enquanto que para perfil agressivo as mesmas taxas foram 37,1% e 19,4% respectivamente.

Quanto a eventos adversos, síndrome de liberação de citocinas ocorreu em 28,9% dos pacientes sendo a sua maioria Grau 1 (20%) ou Grau 2 (7,8%). Eventos neurológicos ocorreram em 43,7% dos pacientes manifestados principalmente como cefaleia (15,6%), insônia (9,3%) e tontura (9,3%).

Segundo os investigadores do estudo, não se atribuiu a incidência de eventos neurológicos e de síndrome de liberação de citocinas com a exposição de mosunetuzumabe provavelmente devido ao escalonamento de dose o que atenuaria as toxicidades possibilitando doses maiores da medicação. Deste modo consideraram um perfil aceitável de tolerabilidade da droga.