Neste vídeo, Dr. Fernando Maluf, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta sobre os dados de atualização de eficácia do estudo clínico PROpel.
Os resultados do follow up de 36 meses demonstram consistência de sobrevida livre de progressão radiológica e tendência à sobrevida global prolongada favorável ao tratamento com olaparibe em combinação com abiraterona na primeira linha de tratamento do câncer de próstata resistente à castração metastático (CPRCm) em combinação com abiraterona isolada. Confira o vídeo para acompanhar a análise completa do especialista!
Diante de todo o avanço tecnológico e científico das últimas décadas, o câncer de próstata resistente à castração metastático (CPRCm) continua sendo um tumor incurável baseado em tratamentos que visam prolongar a sobrevida global. Dentre as possibilidades de primeira linha tem-se disponíveis tanto aqueles agentes hormonais de nova geração (ex. abiraterona), quanto quimioterapia com docetaxel. Ainda que abordagens interessantes, essas demonstram nos estudos clínicos uma sobrevida global de aproximadamente 3 anos que num contexto de vida real pode ser ainda menor.
Estudos já demonstraram que dentre os CPRCm, pacientes com alterações gênicas de deleção em genes relacionados à recombinação homóloga têm uma doença mais agressiva e com maior mortalidade. Tendo em vista que tumores com essas alterações tendem a ser sensíveis a inibidores de PARP, o olaparibe tornou uma possível opção de tratamento; de forma que no estudo PROfound, e fase III, os pacientes tratados com monoterapia de olaparibe tiveram uma mediana de sobrevida global (SG) de 19,1 meses quando comparado aos 14,7 meses da terapia controle em pacientes com ao menos uma alteração em BRCA1, BRCA2 ou ATM pós NHA.
Com essa possibilidade terapêutica, foi desenhado o estudo clínico de fase III PROpel randomizado e duplo-cego que apresentou na ESMO 2022 os resultados atualizados de eficácia em pacientes com CPRCm tratados com olaparibe (Ola; 300mg/2x ao dia) + abiraterona (Abi; 1000mg/dia) versus abiraterona (Abi) isolada em primeira linha, independente de apresentar ou não alguma alteração nos genes de reparo. O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão radiológica (SLPr) avaliada pelo investigador e o desfecho secundário foi a sobrevida global.
Resultados da primeira análise interina (30/07/2021) demonstraram que pacientes tratados com Abi+Ola apresentavam SLPr prolongada (HR = 0.66; 95%CI: 0,54–0,81; p<0.0001) e uma SG com tendência para o benefício da terapia Abi+Ola (maturity 28,6%; HR= 0,86; 95%CI: 0,66–1,12). Atualizações da mesma coorte (ESMO 2022) demonstram consistência da SLPr (25.0 vs. 16.4 meses; HR = 0,67; 95%CI: 0,56–0,81) e mantem a tendência da sobrevida global (maturity 40%; HR = 0,83; 95%CI: 0,66–1,03).
A manutenção de uma SLPr prolongada associada a uma tendência de sobrevida global favorável ao tratamento de olaparibe + abiraterona fortalecem os benefícios desse esquema terapêutico na primeira linha no tratamento de câncer de próstata resistente à castração metastático.
O resultado atualizado ainda demonstrou benefício na análise de subgrupos, com um HR=0,23 na SLP dos pacientes BRCAm, HR=0,50 nos pacientes HRR+ e HR=0,76 nos pacientes non-HRR.
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