Trastuzumabe duocarmazine em pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático HER2+ previamente tratados - Oncologia Brasil

Trastuzumabe duocarmazine em pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático HER2+ previamente tratados

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Tratamento com [vic-] trastuzumabe duocarmazine (SYD985) aumentou significativamente sobrevida livre de progressão, comparado com tratamento padrão de escolha do médico, para pacientes com câncer de mama avançado HER2+ 

Nos últimos anos, o tratamento de pacientes com câncer de mama HER2 positivo sofreu grandes mudanças, principalmente com o advento de medicações conhecidas como anticorpo-droga conjugado. Buscando avaliar uma nova opção terapêutica para esses pacientesSaura Manich et al apresentou durante a ESMO 2021 (Congresso Europeu de Oncologia) um estudo fase III que avalia a atividade da droga [vic-] trastuzumabe duocarmazine (SYD985) em pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático HER2+ previamente tratados. Tal medicação é um novo anticorpo-droga conjugado com anticorpo direcionado ao HER2. 

O estudo TULIP (NCT03262935) randomizou pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático (CMM) HER2+ com  2 linhas de tratamento para CMM ou uso prévio de T-DM1, 2:1 entre SYD985 (1.2mg/kg a cada 3 semanas) ou quimioterapia de escolha do médico (EM). O objetivo primário foi sobrevida livre de progressão (SLP) por revisão central cega. O estudo possuía poder para detectar um Hazard Ratio (HR) de 0.65 com um P < 0.005 de significância. Objetivos secundários foram SLP por avaliação do investigador, sobrevida global (SG), taxa de resposta (TR) e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). 

437 pacientes de 11 países foram randomizados para a medicação SYD985 (n=291) ou EM (n=146). Dentre as características da população, a mediana idade era 56 anoscom mediana de tratamentos prévios para CMM de 4 (1-16). A mediana de SLP por revisão central foi de 7.0 meses (95% IC 5.4-7.2) para SYD985 e 4.9 meses (4.0-5.5) para EM (HR 0.64 [0.49-0.84]; p = 0.002)SLP por avaliação do investigador também aumentou significativamente (6.9 meses [6.0-7.2] vs 4.6 meses [4.0-5.6]; HR 0.60 [0.47-0.77]; p < 0.001). Na primeira análise de SG o HR foi 0.83 (0.62-1.09); p = 0.153. Também não houve diferença significativa em TR e QVRS. 

Os principais efeitos colaterais descritos para a SYD985 foram conjuntivite (38.2%), queratite (38.2%) e fadiga (33.3%). Doença pulmonar intersticial/pneumonite foram descritos em 7.6% (5.2% grau 1-2) dos pacientes tratados com SYD985, incluindo dois eventos grau 5. Efeitos colaterais culminando na descontinuação (SYD985 35.4%, EM 10.2%) no grupo SYD985 foram principalmente relacionados a desordens oculares (20.8%) ou respiratórias (6.3%). 

Os autores concluem que o tratamento com SYD985 aumentou significativamente a SLP em comparação com a quimioterapia padrão de EM e pode ser uma nova possibilidade terapêutica para pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático HER2previamente tratados. 

Referências: 

Saura Manich C., et al. Primary outcome of the phase III SYD985.002/TULP trial comparing [vic-] trastuzumab duocarmazine to physician’s choice of treatment in patients with pre-treated HER2-positive locally advanced or metastatic breast cancer. ESMO 2021, Abstract LBA15. 

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