Dados prévios da eficácia de tisotumabe vedotin (TV) demonstraram atividade sustentada (taxa de resposta objetiva [TRO] = 24%; duração mediana da resposta [mDDR] = 8,3 meses) e segurança administrável em mulheres com câncer cervical recidivado ou metastático previamente tratado (Lancet Oncol. 2021; 22: 609-619)
Durante a mini sessão oral do Congresso Anual da ESMO 2021, foram apresentados resultados interinos do ENGOT-Cx8/GOG-3024/innovaTV 205 (NCT03786081), um estudo de fase Ib/II, aberto e multicêntrico, que avalia a segurança e a eficácia do tisotumabe vedotin (TV) em monoterapia e em combinação com outros agentes antineoplásicos, em mulheres com câncer cervical avançado. Nessa sessão, os resultados da coorte TV + carboplatina em primeira linha e da coorte TV + pembrolizumabe em 2ª ou 3ª linha foram divulgados. TV é um anticorpo-droga conjugado cujo alvo é o fator tecidual, conhecido pela alta prevalência no câncer de colo de útero. O anticorpo está covalentemente ligado ao agente de desregulação dos microtúbulos MMAE, que induz parada do ciclo celular e apoptose nas células-alvo.
Na coorte de 1ª linha, as pacientes receberam TV 2,0 mg/kg + carboplatina AUC 5 IV a cada 3 semanas. Já na coorte de 2ª ou 3ª linha, as pacientes receberam TV 2,0 mg/kg + pembrolizumabe 200 mg IV a cada 3 semanas. O desfecho primário foi a taxa de resposta objetiva (TRO) por RECIST v1.1.
Resultados
Ao todo, 33 pacientes foram tratadas com TV + carboplatina na primeira linha (média de 5 ciclos). A TRO confirmada foi de 55%, a duração mediana de resposta de 5,6 meses e a mediana de sobrevida livre de progressão de 6,9 meses.
Todas as pacientes tratadas tiveram eventos adversos (EAs), sendo que 76% relataram grau ≥3, independentemente da causalidade. EAs pré-especificados de interesse (graus 1 ou 2 / grau ≥3) incluíram eventos oculares (55% / 3%), neuropatia periférica (27% / 12%) e sangramentos (48% / 6%).
Na coorte de TV + pembrolizumabe em 2ª ou 3ª linha, 35 pacientes foram tratadas (média de 6 ciclos), sendo que a maioria recebeu ao menos 1 tratamento sistêmico prévio para câncer cervical avançado (57%) e bevacizumabe anterior (57%). A TRO confirmada foi de 35%, a duração mediana de resposta foi não estimada e a mediana de sobrevida livre de progressão de 5,6 meses.
Todas as pacientes tratadas apresentaram EAs, sendo 74% relatando grau ≥3, independentemente da causalidade. Os EAs de interesse incluíram (graus 1 ou 2 / grau ≥3) ocular (51% / 3%), neuropatia periférica (37% / 3%) e eventos hemorrágicos (54% / 9%). Não houve mortes relacionadas à terapia em nenhuma das coortes.
Os autores concluem que ambas as coortes apresentaram atividade antitumoral promissora e perfis de segurança aceitáveis em mulheres com câncer cervical recidivado ou metastático.
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